Futebol brasileiro vive em dilema e círculo vicioso
A maioria dos clubes de futebol continua sendo administrada amadoristicamente no Brasil.
Por mais que se possa aproveitar os bons exemplos de gestão profissional do futebol europeu e a chegada de investidores, nas asas da criação das sociedades anônimas, os cartolas insistem em cometer pecadilhos inaceitáveis.
O cartola repete-se nos mesmos equívocos ao tentar manter o poder e, sempre que possível, lucrar financeiramente. E não estou me referindo apenas aos dirigentes remunerados que já existem em vários times nacionais.
Assim, o futebol brasileiro vive em dilema e círculo vicioso.
Equipes vitoriosas nas últimas temporadas como Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG ou Athletico representam exceções que apenas confirmam a regra geral dos maus investimentos e penúria generalizada da maioria absoluta dos clubes das séries A e B.
Esse permanente círculo vicioso deixa os torcedores contrariados, mas não se muda o conceito.
O descontentamento se reflete na seleção brasileira, que fracassou nas últimas cinco copas do mundo e sofreu tremendo desgaste na sua imagem internacional.
A CBF, com cartolas desmoralizados nos últimos anos, segue poderosa, pois os gestores dos times ainda não mostraram capacidade e entendimento para a criação de uma Liga Nacional de clubes.
Nessas circunstâncias, o dilema do futebol se resume ao torcedor, que sonha em títulos para comemorar, ao jogador, que sonha com a próxima tintura do cabelo ou a próxima tatuagem no corpo, ao técnico, que sonha com os altos salários que recebe mesmo com atuações sofríveis na maioria dos casos, e ao dirigente em manter o poder, a qualquer custo, dentro de organizações esportivas titubeantes.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...