Futebol brasileiro é vítima dos péssimos dirigentes que reinam nas últimas décadas
Há cinco copas do mundo sem ganhar o título de campeão e com a imagem da seleção brasileira profundamente desgastada, há doze anos sem a conquista do mundial de clubes por um time nacional e com o padrão técnico da maioria das equipes desgastado, o futebol brasileiro é vítima dos péssimos dirigentes que reinam nas últimas décadas.
Nem vou perder tempo com a desmoralizada administração da CBF – Confederação Brasileira de Futebol -, pois o giro de presidentes denunciados, afastados, punidos ou exilados serve como óbvia moldura do quadro caótico.
Só que o calendário do futebol brasileiro é um desastre com a insistência política dos cartolas da CBF e das federações com os deficitários campeonatos estaduais. Por causa deles são perdidos os três primeiros meses do ano para a execução de uma pré-temporada decente e racional.
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Em seguida iniciam-se as competições nacionais e continentais obrigando os principais clubes a jogarem quase o dobro do que fazem os clubes europeus na mesma temporada.
Por falta de ética, capacidade e inteligência os dirigentes dos clubes brasileiros são coniventes com a CBF e as federações, obrigando os profissionais e enfrentar uma sequencia imbecil de jogos atrás de jogos, em três torneios paralelos, depois da perda de tempo com os campeonatos estaduais.
Quando os jogadores são convocados para a seleção brasileira, os dirigentes - mais preocupados com os interesses financeiros e o elevado faturamento do grande negócio internacional em que se transformou o futebol – apoiam o adiamento de rodadas aumentando a carga de trabalho dos profissionais das comissões técnicas e os jogadores.
Por isso, os nossos grandes times tentam rodar o elenco para diminuir o desgaste físico e emocional dos jogadores. Só que na Europa o calendário é racional e os grandes times possuem elencos estelares ao contrário dos nossos que mal conseguem reunir uma formação titular apreciável com alguns substitutos a altura.
Daí a irregularidade de Flamengo, Palmeiras, Athletico, Atletico Mineiro, Fluminense e outros frequentadores recentes das competições mais rentáveis e atraentes. Tornou-se impossível manter o padrão técnico com esse calendário desumano.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...