A decadência do futebol brasileiro fica mais saliente a cada competição
A seleção brasileira ainda detém o título de maior campeã mundial com cinco copas conquistadas, mas a decadência do futebol brasileiro fica mais saliente a cada competição. Agora mesmo, nos Estados Unidos, a seleção fracassou de maneira retumbante na Copa América da mesma forma que não conseguiu se destacar nas últimas cinco copas mundiais.
No passado, nos orgulhamos dos dirigentes que comandavam os nossos clubes, a seleção e a própria CBD – atual CBF -, pois eram homens dedicados, amadores e que respeitavam o torcedor. Nos últimos anos a sucessão de escândalos destruíram a imagem da CBF – Confederação Brasileira de Futebol – e ninguém confia mais nos cartolas. Tudo gira em torno de negociatas, interesses comerciais e financeiros, colocando-se de lado a excelência dos espetáculos esportivos e o respeito ao público pagante.
O nível da arbitragem caiu assustadoramente e nem mesmo a moderna tecnologia do VAR consegue ajudar, pois a falta de neurônios dos operadores é impressionante diante de más interpretações jogo atrás de jogo.
O padrão dos treinadores também caiu, tanto que se observa uma invasão de estrangeiros, nem sempre bem sucedidos e as poucas exceções servem apenas para confirmar a regra geral. Jamais se viu tanta rotatividade de técnicos como ocorre nos últimos anos nos times do país.
Se nos orgulhávamos dos grandes craques como Pelé, Garrincha, Didi, Gerson, Tostão, Rivelino, Zico, Falcão e mais adiante Romário, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, nas duas últimas décadas poucos jogadores mereceram algum destaque. Neymar é o mais famoso, entretanto, fracassou nas três copas mundiais que defendeu a seleção e pouco contribuiu para a recuperação do nosso futebol. Os atuais jogadores parecem alienados quando convocados para a seleção brasileira e mesmo aqueles que brilham em seus times europeus simplesmente não conseguem render o mesmo, vestindo a ainda famosa camisa canarinho.
Precisamos de uma revolução conceitual, com novos princípios e novas propostas, com pessoas íntegras e capazes de melhorar as condições técnicas não só do selecionado nacional, mas dos próprios clubes, pois estamos há 12 anos sem que uma equipe brasileira conquiste o título mundial de clubes.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...