Futebol brasileiro em colapso: Empresários mandam, clubes afundam e a seleção vira piada mundial

Para muitos analistas do futebol brasileiro, a Lei Pelé – implantada há cerca de 25 anos – trouxe mais problemas do que soluções, pois os clubes deixaram de ter os direitos federativos dos jogadores e o panorama se transformou.
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Então, em vez de os clubes terem os chamados passes dos jogadores, quem passou a dominar e a controlar tudo foram os empresários e agentes profissionais que se tornam donos da maioria absoluta ainda nas categorias de base. Com isso, os clubes deixaram de ter autoridade absoluta, até porque diversos dirigentes se tornaram profissionais e se mostram muito sensibilizados com as comissões oferecidas por agentes e empresários para a contratação dos seus futebolistas.
Além disso, caiu, vertiginosamente, o padrão técnico dos jogadores nacionais e a maioria dos estrangeiros contratados se mostra limitada já que, os efetivamente bons de bola, vão para os milionários clubes europeus. Tanto é verdade que há 13 anos nenhum time do nosso país ganha o Mundial de Clubes e há cinco Copas do Mundo a seleção brasileira só decepciona.
O futebol brasileiro segue vivendo uma fase turbulenta de má gestão por conta de dirigentes e executivos despreparados em todos os níveis administrativos, da CBF, passando pelas federações estaduais e, sobretudo, nos clubes.
O nível técnico dos campeonatos afundou e o planejamento, via de regra, é mal formulado por expressiva maioria dos clubes. Basta verificar que a Série A nem bem começou e dois treinadores já foram dispensados – Mano Menezes no Fluminense e Pedro Caixinha no Santos – e outros estão na fila da degola.
Para completar o quadro, não se respeita mais o público que vai aos estádios, pois as televisões e os canais alternativos marcam jogos nos horários mais esdrúxulos apenas para atender aos seus interesses comerciais. Sem esquecer, é claro, do baixíssimo padrão de qualidade das arbitragens e dos operadores do VAR.
Diante de tudo isso, só com muita paciência e amor ao esporte para seguir torcendo, prestigiando e acompanhando as partidas das nossas equipes e da decadente seleção brasileira, ainda sem um técnico para substituir Dorival Junior.

Carneiro & Mafuz #73
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...