Fragilidade técnica do Athletico deixa torcedores e analistas atônitos
Com dinheiro em caixa, fruto de negócios no mercado futebolístico internacional nos últimos anos, e disposta a formar um grande time para o comemorar o ano do centenário, a diretoria do Athletico saiu às compras. Contratou diversos jogadores estrangeiros, recheou o elenco com mais alguns e apostou no colombiano Juan Carlos Osorio como treinador.
Não deu certo. Repetiu exatamente a performance do ano passado, com menores investimentos, quando ganhou apenas o título estadual, foi mal no Brasileirão e eliminado, dentro da Arena da Baixada, na Copa do Brasil e na Copa Libertadores da América.
Nesta temporada venceu o Estadual, já trocou de CEO’s, executivos, desmontou a comissão técnica no CT do Caju, quatro técnicos da equipe principal e acabou de ser desclassificado pelo Vasco, dentro da Arena da Baixada, pela Copa do Brasil.
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A fragilidade técnica do Athletico deixa torcedores e analistas atônitos. Os torcedores, porque, apaixonados, confiaram na capacidade de avaliação dos dirigentes responsáveis pelo futebol do clube e só lhes resta vaiar, protestar e pedir novas mudanças. Os analistas porque apontaram os erros mais grosseiros nas contratações – como a de apenas três zagueiros de miolo ou a falta de um meio-campista experiente e categorizado para compor o setor com o clássico Fernandinho – que, lamentavelmente, se confirmaram de maneira chocante.
Acontece que o futebol mudou muito rapidamente nos últimos tempos com a supervalorização dos jogadores e a transformação do estilo de jogo.
Vez por outra me perguntam se o Pelé seria o gênio que foi se jogasse futebol nos dias de hoje. Claro que seria o melhor, estourando. O Pelé tinha tudo: chute, força física, velocidade, técnica, agilidade, visão, malícia, categoria. Só que ficou mais difícil jogar atualmente por causa do choque e da rapidez com que a bola rola.
Athletico não revela e aposta em gringos medianos
Por isso não adianta mais apostar em jovens sem possuir todos os requisitos na tentativa de revelá-los e rapidamente fazer um bom negócio. Mudou. Hoje é preciso revelar o jogador na base e surge surpreendente que o Athletico pela estrutura que possui, não apresente maior quantidade de lançamentos próprios, perdendo tempo com estrangeiros “meia boca” e repletos de deficiências nos mais diversos fundamentos.
Mas ainda resta, para o Furacão, tentar melhorar na Sul-Americana e recuperar a pontuação no Brasileirão para evitar um vexame completo no ano do centenário.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...