Análise

Foi um bom ano para Athletico e Coritiba. E os desafios para 2020 serão imensos

Por
Carneiro Neto
13/12/2019 14:01 - Atualizado: 29/09/2023 23:16
Foi um bom ano para Athletico e Coritiba. E os desafios para 2020 serão imensos
| Foto: Gazeta do Povo

No balanço da temporada o Londrina deu-se mal na Série B, com uma trajetória irregular que o remeteu a Série C; o Operário, que vinha de alucinante ascendência manteve-se em posição intermediária com o técnico Gerson Gusmão e a base da equipe, o que é positivo; o Paraná encerrou o ano as voltas com antigos problemas financeiros, porém ficou em posição honrosa na classificação; o Coritiba conseguiu voltar a Série A e agora tenta se recompor para encarar novas responsabilidades e o Athletico teve um ano dourado com conquistas importantes, muitas premiações e a revelação de grandes promessas dentro de campo.

Foi um bom ano para a dupla Atletiba que terá grandes desafios em 2020. Além da Série A o Coxa tentará recuperar o título estadual e melhorar a sua performance na Copa do Brasil do Brasil.

Para o Furacão estão reservadas grandes emoções com a tentativa do tricampeonato estadual com o time de aspirantes, defender o título de campeão da Copa do Brasil e tentar o título do Brasileiro e da Copa Libertadores da América, além da Supercopa. Não é pouca coisa.

Há duas correntes no futebol brasileiro, hoje em dia, em
franco antagonismo.

De um lado, a maioria dos dirigentes demitindo técnicos sem
qualquer critério, a não ser o emocional para aplacar a voz rouca das
arquibancadas. São dispensas que não resolvem o problema dos times e muitas
vezes de forma irrefletida.

De outro lado, o equívoco de boa parte da imprensa que
aceita tudo o que dizem os técnicos, até mesmo nas suas manifestações de
desprezo aos bem sucedidos Jorge Jesus e Jorge Sampoli.

O troca-troca insano de treinadores só serviu para diminuir
a capacidade técnica da maioria dos times que se arrastou em campo.

São duas correntes divergentes, pois as demissões são
estapafúrdias já que a origem da questão é o baixo nível técnico dos jogadores.
Assim, troca-se de treinador, mas o drama persiste e está aí o Cruzeiro,
rebaixado, como grande exemplo desta dura realidade.

Porém, alguns não aceitam fazer críticas a determinado
técnico pelo motivo de que ele é um iniciante na carreira ou, mesmo que seja
mais experiente, pelo motivo de que está a pouco tempo trabalhando no clube.

Aí entra boa parte da crônica esportiva, especialmente os
analistas mais jovens, que se consideram mais modernos, para a qual os técnicos
de futebol são deuses intocáveis, decidindo as partidas com seus esquemas,
pranchetas eletrônicas e orientações precisas a margem do gramado.

Diante deste quadro, a dupla Atletiba organiza-se para o
futuro.

O Athletico parte para uma experiência nova porque perdeu o
vitorioso Tiago Nunes. Claro que o ideal seria dar continuidade ao trabalho
consagrado pelos bons resultados, mas não foi possível por questões financeiras
e, também, de relacionamento no CT do Caju. O desgaste é normal na atuação em
grupo.

Tiago Nunes foi o melhor treinador da história do clube
porque resgatou a força do comando e conseguiu ganhar os títulos que o Furacão
perseguia desde 2001.

Houve várias ameaças, como os vice-campeonatos de 2004 no Brasileiro, 2005 na Libertadores e 2013 na Copa do Brasil. Mas até mesmo os títulos estaduais escassearam, quando que Tiago Nunes assumiu e despejou uma borbulhante série de ótimos resultados que levaram a torcida atleticana ao delírio. O seu substituto deve ter tudo isso em mente.

O Coritiba mantém a cruel tradição de trocar de técnico a cada quatro meses. Na temporada que se encerra a média foi rigorosamente mantida com Argel Fuks, Humberto Lozer e Jorginho. Desse jeito torna-se difícil manter o equilíbrio técnico em campo, daí a necessidade de uma mudança de postura dos dirigentes.

Sem um projeto definido para os próximos anos, em todas as
áreas do clube, e um planejamento bem elaborado para o time principal, qualquer
tipo de promessa cai no vazio para desencanto do fiel torcedor coxa-branca.

Boas Festas a todos e até 2020.

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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

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