Final da Libertadores merecia o Maracanã lotado
Pela terceira vez na história teremos uma final brasileira na Copa Libertadores da América – as outras foram São Paulo x Athletico e Internacional x São Paulo – e pela primeira vez sem o estádio lotado por conta da terrível pandemia do coronavírus.
Na decisão de 2005, o Athletico foi fortemente prejudicado por ainda não possuir uma Arena com capacidade mínima para 40 mil pessoas. Derrubou a primeira e construiu a mais moderna Arena do país nas asas do famoso PAC da Copa, criado pelo governo federal para o Mundial de 2014.
Entretanto, o São Paulo soube tirar proveito da situação e não permitiu que o Furacão jogasse no Caldeirão, local onde, invariavelmente, o time paulista perde os jogos. Tanto é verdade que, 15 dias após a final da Libertadores no Morumbi, na qual o time paranaense foi derrotado pelo São Paulo, retribuiu aplicando uma goleada, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro na Arena da Baixada.
A Confederação Sul-Americana e, sobretudo, a CBF, também deram uma mãozinha ao São Paulo, forçando o Athletico a realizar a primeira final da Libertadores em Porto Alegre, no Beira-Rio. E a diretoria do Coritiba negou-se a alugar o estádio Couto Pereira para o tradicional adversário, numa atitude menor sob o ponto de vista esportivo. Agora, esta final da Libertadores merecia o Maracanã lotado.
Futebol pode ser triste ou alegre. Pode ser uma coisa artificial, calculada ou divertida e bem-humorada. Tudo tem a ver com a qualidade técnica das equipes e a motivação dos jogadores para o momento.
Por isso, sinto que tanto Palmeiras, quanto Santos, estão atravessando uma fase técnica brilhante e reúnem todas as condições de oferecer um grande espetáculo. À altura de suas tradições.
O Santos, que revelou craques do porte de Pelé e Neymar, com inúmeros títulos conquistados sempre foi uma referência e, com o comando firme do paranaense Cuca, está pronto para se tornar o recordista brasileiro em triunfos no maior torneio continental.
O Palmeiras, que se tornou símbolo de bom futebol, tanto que, merecidamente, ganhou o apelido de A Academia do Futebol, pela excelência dos craques que vestiram a camisa do Verdão através dos tempos.
Vamos ao jogo histórico com alegria.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...