Final antecipada dá um toque de classe no Brasileirão
Claro que todos perguntam quem é o favorito para levar o
título de campeão entre Internacional e Flamengo.
Mas vocês sabem que não existe favoritismo no momento diante
das circunstancias técnicas das duas equipes.
Não existe mesmo. Pode haver até vantagem para um dos lados,
mas não há favoritismo. Porque são coisas diferentes.
O Internacional, mesmo com um treinador cansado e queimado
em suas passagens mais recentes – até no próprio Flamengo -, tornou-se um time
aguerrido.
Desorganizado, é verdade, tanto que sofreu a derrota para o
Sport, no Beira-Rio, simplesmente porque não conseguiu reagir de forma ordenada
e eficiente. Virou um bando de desesperados e amargou o seu mais duro resultado
na reta de chegada.
Mas o Internacional tem a vantagem de jogar por dois resultados, vitória e empate. Mas não acreditem se alguém lhes disser que ele é favorito.
Veja a tabela do Brasileirão
O que ele pode é amarrar o time do Flamengo, do mesmo jeito
que outros tantos conseguiram fazer nesta temporada, inclusive dentro do
Maracanã.
O Athletico Paranaense, por exemplo, soube evitar a
circulação de bola do Flamengo, inibir o seu potencial ofensivo e jogar o
suficiente para vencê-lo na Arena da Baixada.
Se proceder desta maneira, o time gaúcho pode achar um gol
em contra-ataque, ou algo semelhante, e efetivamente impor a sua vantagem de
poder se contentar com o empate. O triunfo, claro, representará o título.
Como vem cumprindo campanha instável, muito abaixo das
possibilidades técnicas e criativas do elenco que possui, o Flamengo deve estar
se sentindo desafiado.
Não só os jogadores, mas principalmente Rogério Ceni, que
ainda não se firmou como treinador de primeira linha, atuando fora do
Fortaleza.
Como a partida decisiva será disputada no Maracanã – mesmo
sem público é a casa do Mengão – alguém pode pressupor superioridade carioca.
A meu ver ninguém deve afirmar de sã consciência a
supremacia de qualquer um dos times nesse jogo instigante.
O futebol é interessante de se ver, até mesmo gostoso de
assistir como espetáculo esportivo, não importando para quem você torce.
Basta assistir aos jogos da Liga dos Campeões da Europa,
onde a cada momento você consegue extrair a verdadeira essência do jogo.
Claro, a maioria conta com os melhores jogadores do planeta,
daí a naturalidade dos grandes espetáculos.
Não é o caso do esforçado Internacional com o irregular
Flamengo na dura realidade da pobreza técnica do atual futebol brasileiro.
Quando a bola correr, a história pode ser outra.
Talvez até tenhamos um belo jogo pela frente.
A final antecipada dá um toque de classe no campeonato.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...
