Opinião

O fim do Trio de Ferro do futebol paranaense

Por
Carneiro Neto
21/10/2022 11:18 - Atualizado: 04/10/2023 19:55
Os presidentes de Coritiba, Athletico e Paraná.
Os presidentes de Coritiba, Athletico e Paraná. | Foto: Arquivo

O termo surgiu no final da Segunda Guerra Mundial, quando os líderes Roosevelt, Churchill e Stalin, unidos, conseguiram derrotar o ditador alemão Hitler. Encerrado o terrível conflito, a humanidade começou a reconstruir a própria existência.

A imprensa esportiva paulista da época aproveitou os ecos da guerra e nominou os seus principais times como Trio de Ferro: Corinthians, São Paulo e Palmeiras. Entre nós, os cronistas da década de 1940 elegeram Coritiba, Athletico e Ferroviário como os preferidos da torcida.

A história conta que o Ferroviário virou Colorado, após fusão com Britânia e Palestra Itália, e o Colorado transformou-se em Paraná Clube na união com o Pinheiros que, por sua vez, havia se chamado Savoia e Água Verde.

Uma longa história que chegou aos dolorosos capítulos da chocante decadência do Paraná Clube. Vítima de políticas administrativas equivocadas e gestores irresponsáveis, o Tricolor perdeu o rumo.

Mergulhado em grave crise econômica e sem calendário para o time, o Paraná sequer disputará a Primeira Divisão do campeonato estadual no próximo ano. Na segundona paranaense e sem calendário nacional, o clube colaborou para o fim do Trio de Ferro do futebol paranaense.

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Vejam a ironia do destino: antes de iniciar o projeto de recuperação do Athletico, o presidente Mario Celso Petraglia propôs fusão ao Paraná.

Como participei das conversações posso lhes garantir que o plano era simples: manutenção da sede social na avenida Kennedy, construção da Arena da Baixada, centro de treinamentos e formação de jogadores na Vila Capanema, ampliação das atividades de lazer no Boqueirão e comercialização dos demais imóveis para financiar o futebol.

Pela estreita visão de alguns colorados – os pinheirenses eram a favor – a proposta de fusão não foi aprovada em reunião no escritório da revenda de automóveis do conselheiro do clube e deputado Erondy Silvério.

Na saída, Petraglia afirmou aos atleticanos presentes: “Vamos fazer tudo sozinhos !”. Aí está o novo Athletico. Nadando em águas turbulentas, também vítima de maus gestores, o Coritiba luta desesperadamente para superar dificuldades técnicas e financeiras.

No campo de jogo, mais uma batalha tenaz contra novo rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Nunca mais o Trio de Ferro paranaense será o mesmo.

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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

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