Felipão saiu do Athletico antes de ser mandado embora
A contratação de Felipão como comandante geral do futebol atleticano, há pouco mais de um ano, representou a tentativa de reordenar o setor, após o vexame de o time ter sofrido uma goleada na Bolívia com cinco gols de cabeça, pela Libertadores.
Pois não há de ver que nem Felipão conseguiu solucionar esse grave problema do setor defensivo do Furacão.
+ Confira todas as colunas do Carneiro Neto
Basta verificar a estatística de cada partida e observar quantos
gols o time levou de bolas cruzadas sobre a área, ou até mesmo através do
singelo chuveirinho.
Mas este foi apenas uma das missões não cumpridas pelo renomado Felipão.
Praticamente nenhum jogador revelado nas categorias de base foi lançado nos últimos 12 meses; a postura tática sempre privilegiou uma margem de segurança defensiva do que a exploração do potencial ofensivo de goleadores como Pablo e Vitor Roque.
Antes, pelo contrário, o ataque tem deixado a desejar sob o ponto de vista coletivo, tanto que os gols salvadores nos triunfos, com algumas viradas homéricas, foram produtos da individualidade dos jogadores.
Com atuações irregulares nas três competições que disputa concomitantemente, as críticas se tornaram inevitáveis ao treinador Paulo Turra, ex-auxiliar do mestre.
As críticas aumentaram, em primeiro lugar, porque Felipão sempre se colocou em posição de superioridade perante o clube que o contratou. Ou seja, ele jamais reconheceu o Athletico como uma força emergente do futebol continental.
E queimou o filme ao tentar pautar a torcida nos protestos,
veementes, após a inaceitável derrota para o time reserva do Grêmio, em plena
Arena da Baixada.
Dali em diante ele começou a alicerçar o seu plano de retirada, o que acabou acontecendo com a assinatura de contrato com o Atlético-MG.
Renunciou a palavra empenhada com o presidente Mario Celso Petraglia, em recuperação; com o clube de desenvolver um projeto a longo prazo e a sua própria família ao voltar a ser técnico, provavelmente atraído pelos elevados salários e prêmios oferecidos pelo Galo.
Talvez ele tenha percebido que não estava agradando e preferiu sair antes de ser mandado embora. Tudo muito decepcionante em se tratando de um personagem histórico do futebol mundial.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...