Opinião

Fazia tempo que o Athletico não ficava tão acéfalo

Por
Carneiro Neto
12/04/2022 11:47 - Atualizado: 04/10/2023 16:49
Torcida do Athletico
Torcida do Athletico | Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes

Aconteceu o que previ há 60 dias, tão logo percebi a desorganização no futebol do Athletico, com o afastamento do supervisor Paulo Autuori, e a inexistência de um planejamento adequado para esta temporada: sobrou para o Alberto Valentim.

O bode expiatório surgiu há milênios quando era separado do rebanho e deixado aos cuidados da natureza como parte de rituais religiosos dos homens.

No bode estavam depositados os pecados do povo de Israel e servia como um gesto de expiação.

Bode expiatório é um termo usado para definir um indivíduo sobre o qual recaem as culpas de um grupo de pessoas.

Obviamente os pecados atleticanos cometidos nos últimos meses não foram de responsabilidade do treinador. Afinal, ele foi apenas mais uma peça na engrenagem, assim como o seu auxiliar – Lucho González – que, por lealdade, pediu demissão.

Fazia tempo que o Athletico não ficava tão acéfalo no futebol.

Clube modelo em todos os setores, não foi difícil para o presidente Mario Celso Petraglia conseguir da maioria dos associados a autorização para criar a SAF, que significa, na prática, que ele passou a ser o dono do clube.

Só que em vez de somar, ele começou a dividir o clube com declarações infelizes, descortesia com os associados, agressão verbal aos torcedores e uma sucessão de inexplicáveis equívocos na gestão do futebol, a verdadeira alma e razão da existência quase centenária do Furacão.

Confesso que estou atônito, afinal Petraglia está no comando há muitos anos e, na maioria das vezes, mostrou-se sensível, ouvindo os profissionais e os atleticanos mais experientes no futebol antes de tomar as suas decisões.

Desta feita, contrariando o seu próprio estilo, cometeu erros primários que não combinam com a sua personalidade e, sobretudo, com o currículo construído através dos anos.

Foi um tal de entrar e sair gente na comissão técnica, manutenção de Alberto Valentim, que todos sabiam não estar à altura da grandeza alcançada pelo time nos últimos tempos, e uma enxurrada de contratações de jogadores que precisa ser bem avaliada antes de uma sentença definitiva.

Foram perdidos os primeiros três meses de pré-temporada e a bola está rolando sem que se saiba qual é a formação principal e quem responde pelo comando da equipe.

Enfim, o ano começou todo errado na Baixada.

Logo neste ano, com o melhor calendário possível, dinheiro em caixa e liberdade administrativa concedida pela maioria dos sócios na opção por entregar o chefia definitivamente para Mario Celso Petraglia.

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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...

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