A exagerada paixão do futebol brasileiro por portugueses
A maioria dos dirigentes do futebol brasileiro nunca se destacou pelo conhecimento da matéria ou algo semelhante. Os cartolas conseguem sobreviver pela esperteza exercida na política interna dos clubes.
Pratica agora ameaçada pelos novos tempos do SAF – Sociedade Anônima do Futebol - que obviamente exige maiores conhecimentos não só da matéria futebol, mas também de economia, investimento, planejamento estratégico e outras qualidades indispensáveis para o gestor moderno.
O cartola do nosso futebol, que se consagrou mundialmente, única e exclusivamente, pelas diversas gerações de supercraques, nadou de braçada no sucesso registrado dentro de campo.
Tanto que sempre que dependeu da qualificação dos dirigentes na organização os vexames foram inevitáveis. O maior papelão talvez tenha sido o fracasso da participação da seleção brasileira na Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, portanto no auge da geração de Pelé, Garrincha e outros, certamente a melhor de todos os tempos.
Mas os cartolas abusaram do direito de cometer erros, mais ou menos como aconteceu no vexame da seleção pentacampeã mundial na Copa da Alemanha, em 2006.
A principal característica do dirigente nacional é a arrogância. Basta observar as declarações, as entrevistas e a postura da maioria através dos anos. Mas, como dizia o grande pensador político-econômico Roberto Campos, “o arrogante é o personagem que mistura arrogância com ignorância”.
Da mesma forma que houve a fase dos técnicos argentinos, uruguaios ou colombianos, a falta de imaginação da cartolagem nativa agora anda apaixonada pelos portugueses.
O sucesso de Jorge Jesus, no Flamengo, atiçou a pouca criatividade dos nossos administradores esportivos. Os únicos fracassos do português no Flamengo foram a eliminação para o Athletico, dentro do Maracanã, na Copa do Brasil e a perda do título mundial para o Liverpool, ambos em 2019.
Graças ao sucesso de Jesus, vieram portugueses aos magotes e que fracassaram completamente: Ricardo Sá Pinto apenas 15 jogos no comando do Vasco; Jesualdo Fereira somente12 jogos dirigindo o Santos; Sergio Vieira e Antonio Oliveira no Athletico; Paulo Bento no Cruzeiro, etc. e tal.
Abel Ferreira tem obtido êxito no Palmeiras. Porém, com o poderoso investimento feito na formação dos elencos do clube paulista nos últimos anos, seria impossível não alcançar algum sucesso.
Agora, as novas apostas lusitanas no mercado são Paulo Sousa no Flamengo e Vitor Pereira no Corinthians. Que sejam felizes, pois, pois.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...