Campeonatos estaduais seguem derrubando técnicos

Quando os campeonatos estaduais começaram a perder importância pela quantidade de competições nacionais e internacionais de maior apelo popular, e perda de arrecadação para os clubes, passaram a ser vistos com desconfiança pelos profissionais.
Alguns atribuem a primeira competição oficial do calendário anual o desconforto de confundir-se com a fase de pré-temporada, atrapalhando, consequentemente, a preparação das equipes.
Outros simplesmente afirmam que os estaduais existem apenas para colocar em xeque o trabalho dos treinadores. E não há de ver que os campeonatos estaduais seguem derrubando técnicos.
Quatro comandantes de times da série A nacional perderam o cargo antes do final do terceiro mês do ano: Wagner Lopes, do Paraná; Osvaldo de Oliveira, do Galo mineiro; Felipe Conceição do Botafogo e, na semana passada, Dorival Junior, do São Paulo.
Tudo porque os dirigentes do futebol continuam cada vez mais parecidos com os políticos que desgraçam a vida do país.
Populistas, a maioria incompetente, somam os lucros e socializam os prejuízos, são falhos no planejamento e tudo acaba estourando nas costas dos técnicos. Claro, é mais fácil dispensar um do que todo o elenco mal formado pelos próprios cartolas via de regra pelas suas relações perigosas com empresários de jogadores, representantes, intermediários e assemelhados.
No Campeonato Paranaense não tem sido diferente.
Já rodaram o próprio Wagner Lopes, no Paraná; Ricardinho no Londrina; Maurílio no Rio Branco e outros menos votados. Sandro Forner, do Coritiba, passou por maus bocados nas primeiras rodadas até ganhar um fôlego com a surpreendente conquista da Taça Dionísio Filho em cima do fraco Rio Branco. Mas logo veio a recaída, culminando com mais uma derrota no Alto da Glória, desta vez para o esforçado Foz por 3 a 1.
Rogério Micale aceitou o desafio de colocar a equipe do Paraná nos eixos e tem obtido resultados positivos nas primeiras experiências: empate com o Cianorte fora, vitória sobre o Coritiba no clássico, e difícil triunfo sobre o Cascavel na Vila Capanema.
Pode não ser muito, mas a realidade é que o treinador vai ganhando musculatura interna e conquistando a confiança da torcida.
Não foi fácil o jogo de sábado, pois o gol da vitória surgiu no final através da Mansur, mas o destaque foi o jovem Jhonny Lucas, promessa das categorias de formação.
Com o luxo de contar com dois treinadores, o Atlético vai levando a sua vida sob os desconfiados olhares da torcida que se afastou da Arena da Baixada pelos mais variados motivos.
O caldeirão deixou de existir e os adversários têm conseguido tirar proveito disso, especialmente em cima do time considerado titular que ainda não convenceu em termos táticos e técnicos. Fernando Diniz tem sido contestado, tanto pelas opções estratégicas quanto pelas escolhas na escalação e jogará cartada importante frente ao Ceará, pela Copa do Brasil.
O técnico suplente, Tiago Nunes, ao contrário, tem recebido a compreensão, o respeito e o reconhecimento dos poucos torcedores que se dispõem a apoiar, ao vivo, as partidas do Furacão aspirante.
Quem assistiu a goleada de 7 a 1 aplicada sobre o Rio Branco ficou impressionado com as ótimas atuações de João Pedro, Bruno e Matheus Anjos.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...