A eleição no Coritiba em momento dramático. E um apelo aos coxas-brancas
Se eu tivesse o privilégio de fazer daqui um apelo com a garantia de que ele seria atendido, com certeza me dirigiria agora aos três candidatos à presidência do Coritiba para que se unissem em favor do futuro do centenário clube.
Seria uma demonstração de grandeza, elevação do espírito para salvar o clube e um caminho para que não encerrassem de forma assim inamistosa um relacionamento afetivo proporcionado pelo amor ao time coxa-branca.
Renatinho foi jogador do Coxa, assim como o seu pai e o irmão, tem se revelado um profissional de alto nível no campo previdenciário e conseguiu reunir em torno da sua chapa admirável grupo de empresários e executivos.
Vialle foi médico e diretor de futebol, em épocas distintas, sempre com exemplar dedicação e senso profissional. Também conseguiu reunir pessoas experientes na sua chapa e que certamente contribuirão para a recuperação e o desenvolvimento do clube, atualmente alquebrado, endividado e, outra vez, seriamente ameaçado pelo rebaixamento na Série A do Brasileirão.
Samir é um jovem idealista, com a melhor das intenções, mas que paga elevado preço pela inexperiência na gestão de um clube de futebol.
Mesmo tendo sofrido diversos percalços na sua administração resolveu encarar a reeleição em vez de somar-se aos outros dois candidatos para uma frente única capaz de criar fatos novos e estabelecer um futuro mais seguro no Alto da Glória.
Lamento que, no momento, algumas divergências de ordem conceitual e uma forte pitada de vaidades pessoais e afetivas atrapalhem o processo de unificação.
Conheço o Coritiba desde os tempos do presidente Aryon Cornelsen, que iniciou a construção do novo estádio em 1958, e que o presidente Evangelino Neves deu sequencia até entregar o comando, quase 30 anos depois, ao trio Joel Malucelli, Sérgio Prosdócimo e Edson Mauad, também em momento de grave crise financeira e técnica com a equipe na Segunda Divisão nacional e há algum tempo sem títulos para comemorar.
Vieram outros, mas tudo ficou distorcido com o passar do tempo e hoje a realidade é dura e o futuro incerto.
Puxo a memória e recordo os grandes times formados no passado, os inúmeros títulos que eletrizaram a torcida alviverde através dos tempos, os dirigentes que deixaram as suas marcas na história do grande clube.
Eu, um catecúmeno pouco mais que adolescente metido a jornalista esportivo que conviveu com todo tipo de pessoas no dia a dia como repórter de rádio e, a seguir, como narrador de jogos nas cabines do estádio Couto Pereira.
Quanta história, quanta memória. Nossas memórias. Afinal, é tudo o que tempos até o último dia de vida.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...