É preciso compreender o instigante mundo novo do futebol
Vivendo no futebol há tempo – seis décadas como radialista e jornalista profissional – não raras vezes fico de certa forma surpreso com a nova metodologia dos clubes.
E não estou falando necessariamente de SAF, mas do dia a dia que simplesmente mudou nos últimos anos e nada mais será como antes. Aquele que não se atualizar e acompanhar os novos tempos vai ficar pelo meio do caminho.
E, como o futebol brasileiro ainda não formou uma cultura para o entendimento do sistema das sociedades anônimas, o torcedor ainda vai levar muito susto com o seu time de coração.
Não é porque virou SAF que o clube vai deixar de ser perdedor, vai deixar de contratar o técnico ou os jogadores errados. Nada disso. A SAF representa a injeção de recursos, mas quem faz um time organizado, competitivo e vencedor é a competência dos gestores contratados.
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Por isso, é importante prestar atenção nos movimentos que cercam alguns clubes que surgem como novidades e outros que patinam com SAF e tudo.
É preciso compreender o instigante mundo novo do futebol.
Vejam o Girona, por exemplo, que lidera surpreendentemente a Liga Espanhola. Trata-se de uma cidade pequena, na Catalunha, mas que conta com pessoas capacitadas na formação do seu elenco, daí o sucesso repentino.
Só como registro, o Girona faz parte do City Football Group – que tem como principal investimento o Manchester City – e outros tantos, inclusive o Bahia, que andou lutando tenazmente contra o rebaixamento no Brasileirão.
Por isso, repetindo, é importante prestar atenção nas tratativas que envolveram a dupla Atletiba nos últimos dias: Mario Celso Petraglia foi aclamado para a presidência do Athletico por mais quatro anos, Alexandre Mattos saiu e foi substituído pelo executivo Alexandre Leitão, que trabalhou alguns anos no futebol dos Estados Unidos. O objetivo é recuperar o padrão técnico da equipe para o ano de comemoração do centenário.
O Coritiba dispensou o executivo Artur Moraes, responsabilizado pelas más escolhas de treinadores e jogadores nesta temporada que se encerrou.
Os novos tempos chegaram para ficar.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...