O desgastante e mal formulado calendário do futebol brasileiro
Nesta temporada os profissionais que atuam nos clubes do futebol brasileiro serão levados à exaustão, diante do excessivo número de jogos, competições de todos os formatos e a indelével colaboração negativa da Fifa com o tal Mundial de Clubes, que vai paralisar todos os campeonatos, sob protesto dos europeus.
Dinheirista e politiqueira, a Fifa deverá submeter todas as confederações aos seus desígnios com a realização do Mundial de Clubes – com número excessivo de participantes – entre 15 de junho e 13 de julho.
Agrava-se o problema dos nossos times por causa dos deficitários e anacrônicos campeonatos estaduais, que só sobrevivem dentro do atual modelo, por interesses políticos da CBF e das federações regionais.
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Com a paralisação causada pela Fifa no meio do ano, os estaduais foram antecipados, reduzindo o período para a realização de uma pré-temporada decente e recomendável.
Consequentemente, os cartolas jogaram no lixo a qualidade técnica das partidas e das competições, em nome do exercício político individual e do faturamento econômico.
O desgastante e mal formulado calendário do futebol brasileiro vai exigir o máximo de todos os envolvidos no processo.
Calendário 2025 e o desmoralizado futebol paranaense
Menos mal para o desmoralizado futebol paranaense que, desta vez, não terá representantes na Série A e muito menos nos torneios continentais: Sul-Americana e Libertadores da América.
O Athletico, que vinha sendo frequentador natural desses torneios nos últimos anos, sucumbiu à incompetência da sua diretoria e acabou sendo miseravelmente rebaixado no ano do centenário.
O Coritiba meio que se acostumou com um calendário modesto e o Paraná tenta voltar à principal vitrine do futebol depois de um longo período afastado de tudo.
Com esse panorama o torcedor paranaense anda ressabiado e sem muitas ilusões, afinal terá de se contentar em acompanhar a dupla Atletiba na Série B e com poucas chances de brilhar na Copa do Brasil.
Muito pouco para um estado tão rico, tão moderno e tão admirado em quase todos os setores da atividade humana. O futebol paranaense transformou-se em envergonhado peso para os seus torcedores.
Mas, como não há o que fazer, nos resta aguardar a menor margem de erro possível cometida pelos dirigentes na formação das nossas equipes para esta temporada aziaga que se inicia.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...