Crise do Athletico precisa ser estancada antes que seja tarde demais
Lamentavelmente confirmaram-se as minhas observações de que o futebol do Athletico vem sendo mal administrado há muito tempo. Após a experiência com Felipão que, bem ou mal, levou o Furacão à sua segunda final na Copa Libertadores da América, as coisas não caminham bem no CT do Caju.
As sucessivas trocas de treinadores, alguns inexperientes, outros histriônicos como Juan Carlos Osorio e Cuca, tornaram o time inseguro, sem personalidade e tecnicamente irregular. Ganhou o bicampeonato estadual e nada mais.
No ano passado, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo e da Libertadores pelo Bolivar, em plena Arena da Baixada, algo muito raro de acontecer; agora, alterna bons e maus resultados na Copa do Brasil e na Sul-Americana, e afunda de maneira dramática no Brasileirão, encaminhando-se para o rebolo do rebaixamento.
A crise atleticana precisa ser estancada antes que seja tarde demais.
O cerne do problema é a ausência de um diretor de futebol institucional que acompanhe o trabalho dos profissionais, os quais, no modelo atual, não são devidamente cobrados, daí o intermitente troca-troca de CEOs, coachs, etc., além, é claro, da escolha errada dos jogadores na formação do elenco para o ano do centenário.
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Talvez influenciado por agentes internacionais, o clube investiu milhões em jogadores estrangeiros de menor envergadura técnica, desprezando jogadores nacionais experientes e de melhor nível técnico.
Com esta soma de opções equivocadas o time se arrasta em campo, sem padrão de jogo definido, sem alternativas defensivas ou ofensivas eficientes que possam melhorar a capacidade do ataque e diminuir o volume de gols sofridos nas mais diversas circunstâncias pelo desajuste generalizado.
O Palmeiras foi superior em todos os quesitos, fez 2 a 0 e aumentou a impressionante quantidade de derrotas do Athletico dentro do seu estádio. Algo inédito, pois mesmo nos tempos das vacas magérrimas, ganhar do Furacão na Baixada não era para qualquer um. Hoje tornou-se comum, para o sofrimento e desilusão da apaixonada torcida rubro-negra.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...