Coritiba estreia e Athletico levou choque de realidade
Depois de um mês de avaliações e treinamentos, o Coritiba volta à ativa estreando na Série B do Campeonato Brasileiro diante da Ponte Preta, em Campinas.
Claro que a torcida coxa-branca ficou ressabiada com os retumbantes fracassos na Copa do Brasil e no Paranaense e prefere manter-se em vigília para acompanhar o primeiro jogo no retorno do time de Guto Ferreira.
Esperança sempre existe, faz parte das regras da vida, mas recomenda-se aguardar as primeiras partidas do Coxa para iniciar uma análise consistente das suas reais possibilidades de sucesso na competição.
Depois de brilhar no Estadual, aplicar duas goleadas na largada da Sul-Americana e outra no Brasileirão, frente ao Cuiabá, destaquei que o Grêmio, em Porto Alegre, seria, efetivamente, o primeiro teste de peso do Athletico sob o comando de Cuca.
E o Furacão levou choque de realidade desnudando as mesmas deficiências que marcaram a trajetória da equipe na decepcionante temporada passada com campanhas sofríveis na Copa do Brasil, na Libertadores e no Brasileirão.
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Muitos atribuíram o baixo rendimento no ano passado à fraqueza do comando técnico, esquecendo-se da omissão da maioria dos jogadores, sempre muito acomodada dentro de campo. Esta parece ser uma tendência no futebol moderno, pois os jogadores recebem salários milionários, são paparicados por agentes e torcedores.
Mas são pouco cobrados, já que a maioria da mídia esportiva transfere quase toda a responsabilidade para os treinadores. Há algum tempo venho cobrando mais atitude, mais aplicação e mais rendimento dos atletas. Não só dos nossos clubes, mas, principalmente, da seleção brasileira outrora admirada e temida pelos adversários.
O que se viu na derrota para o Grêmio foi um grupo de jogadores omisso, rendendo abaixo do esperado e sem oferecer alternativas ao técnico Cuca que, obviamente, sentiu que terá muitos desafios pela frente.
Tudo porque o Furacão possui um elenco de médio para bom. Nem fraco, nem forte. Mas, bem trabalhado, tática, técnica e psicologicamente, pode render mais. O condicionamento físico do elenco é admirável.
Espera-se um comportamento altamente profissional e de respeito ao torcedor atleticano na partida com o Internacional, na Ligga Arena, no domingo.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...