Coritiba e Athletico começam a superar os equívocos e olham para frente
Diante das circunstancias impostas pela pandemia do coronavírus, o Brasileirão de 2020 só terminará agora em 2021. Não haverá férias e muito menos solução de continuidade. Na semana seguinte após o encerramento da Série A começam os deficitários e desinteressantes campeonatos estaduais.
O Campeonato Paranaense, de tão esvaziado, ainda não conseguiu ter os direitos de transmissão dos jogos adquiridos por alguma rede de televisão aberta. E muito menos fechada.
Sem público nos estádios, dá para imaginar um Campeonato Paranaense sem partidas na tevê? Se isso acontecer será uma catástrofe técnica e, sobretudo, econômica para todos os clubes já com seus cofres esvaziados.
Tudo isso me faz lembrar de um funcionário que deixou um bilhete em cima da mesa da cozinha: “Prezado Senhor: fui ficar doente. Não sei quando curo”.
Pois bem, menos mal que a dupla Atletiba começa a superar os equívocos e olha para frente. Ou, por outra, o Coritiba mudou com a eleição da nova diretoria. Já tem gente do clube de novo na concentração e no vestiário, de olho nos funcionários da comissão-técnica, o treinador paraguaio Gustavo Morígino já melhorou o posicionamento do time em campo, tanto que jogou bem no empate com o Athletico e na vitória sobre o Vasco.
Mas
o importante é que o técnico começa a fazer avaliações do elenco
pensando no futuro, seja com a pouco provável permanência na série A ou o
duro e repetido desafio na série B. Os novos dirigentes sabem das
dificuldades de fugir do rebaixamento, mas já estão voltados para o
planejamento até o final desta longa temporada.
Como cometeu diversos erros na formação do elenco na virada do ano em que se consagrou campeão da Copa do Brasil para os fracassos acumulados na mesma competição, na Copa Libertadores da América e os altos e baixos no Campeonato Brasileiro, restou ao Athletico o consolo do tricampeonato estadual.
Mas Paulo Autuori conseguiu recuperar a competitividade da equipe, assim como recuperou alguns jogadores que se sentiam desprestigiados no grupo, com destaque ao atacante Carlos Eduardo que se tornou outro atleta nos últimos meses. De uma forma geral a campanha atleticana passou de medíocre para eficiente, tanto que se encontra no meio da classificação com mais chances de subir na escala do que de voltar a sofrer com o fantasma do rebaixamento.
Só que Paulo Autuori já disse que só fica no cargo até o fim do atual campeonato. Deseja assumir a função de diretor e está pesquisando o mercado para encontrar o seu substituto no comando do time. Não será fácil, pois a maioria dos treinadores brasileiros está desgastada ou simplesmente queimada pelo descontrolado entra-e-sai em quase todos os clubes.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...