Coritiba corre atrás da remissão dos pecados
Seriamente ameaçado por novo rebaixamento, o Coritiba corre atrás da remissão dos pecados.
No sentido bíblico, a remissão significa o perdão das dívidas, o perdão dos pecados.
Tudo porque os últimos dirigentes que passaram pelo Alto da Glória exercitaram o crescimento das dívidas e o cometimento de erros na formação das equipes.
Até pouco tempo atrás, ardorosos leitores da Bíblia, ou tenazes defensores de mandingas, os jogadores de futebol transformavam os ritos de fé em atividade tão importante quanto um exaustivo treinamento.
Ultimamente, a umbanda tem perdido preferência dos atletas para o catolicismo, em suas cada vez mais variadas correntes, mas sob quaisquer de suas formas ou tendências, a fé é considerada um ingrediente indispensável.
Nos meus tempos de repórter, quando era permitida a nossa entrada nos vestiários em dias de treinos ou de jogos, vi muitos “trabalhos”.
A umbanda, em dias de clássicos, nas decisões ou simplesmente da necessidade de melhorar o desempenho, era comum.
O técnico e depois supervisor Helio Alves tornou-se famoso, tanto que escrevi um livro contando a sua trajetória, que recebeu o título de “O Feiticeiro do Futebol”.
Um famoso jogador na década de 1970 caiu vertiginosamente de rendimento técnico e o clube contratou um pai-de-santo para tentar descobrir porque o craque “se desligava durante os jogos”.
Depois de traduzir a mensagem enviada pelos orixás através dos búzios, o babalorixá diagnosticou que o jogador estava cercado de fluídos de inveja.
Foram feitas sessões de ajuda espiritual para o rapaz se livrar daquela coisa, voltar a ter firmeza nas suas ações, e felizmente, ele melhorou a performance e o time acabou conquistando o título de campeão.
Em tempos de algoritmo e verdadeira turbilhão de insensatez humana nesses primeiros anos do terceiro milênio, nem sempre a força positiva da religião consegue clarear as envolventes sombras do mal.
Ah, por falar nisso, o Coxa precisa voltar a ganhar e o Avaí será o próximo desafio.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...