Desde a antiga Baixada, com pequena arquibancada de alvenaria e um bosque ao fundo, o time do Athletico sempre se propôs a se impor aos adversários.
Fosse o adversário forte, médio ou fraco, não importava, a ordem era atacar.
Daí as inúmeras conquistas, o surgimento de ídolos imortais, o fanatismo da torcida, a mística do Furacão de 1949 até os tempos modernos com os títulos de campeão e vice brasileiro, vice da Libertadores, bicampeão da Copa Sul-Americana, campeão e duas vezes vice da Copa do Brasil.
Com a Arena da Baixada lotada, todos os rivais sempre respeitaram o Athletico.
Por isso, a cautela excessiva de Felipão decepcionou os atleticanos na última derrota para o Flamengo.
Se no domingo a equipe fez um papelão na goleada sofrida no Maracanã, o receio e a pequenez com que foi instruída para o jogo da última quarta feira (17) chegou a irritar os mais apaixonados torcedores.
Nem que a partida fosse contra o Real Madrid se esperava que Felipão escalasse três zagueiros, três volantes, Terans perdido no meio de campo e apenas Pablo no ataque.
Ora, todos sabem que a zaga do Flamengo quando pressionada vira uma peneira. Por que não começar com Vitinho para puxar o contra-ataque? Tanto é verdade que quando entraram Vitinho, Canobbio e Cuello quase saiu o gol de empate.
Pela estratégia adotada e pelas declarações depois do fracasso em plena Arena da Baixada, fiquei convencido de que Felipão não considera o Furacão um time grande.
Isso contraria a proposta da diretoria do clube que investiu tanto para a formação do atual elenco com o objetivo de ganhar um título importante nesta temporada.
Gostaria de ver esse grupo nas mãos de Tiago Nunes, treinador moderno que operou prodígios nas vitoriosas campanhas de 2018 e 2019.
Acorda, Felipão! Quem dá as cartas na velha Baixada é o Furacão!