Após meses sem futebol, torcedor precisa ter paciência com o nível dos jogos
Muitos torcedores podem imaginar que os jogadores ficaram treinando durante os quatro meses de isolamento. Não, antes pelo contrário.
Todos os times enfrentaram dificuldades para conciliar a quarentena com a manutenção do condicionamento físico dos atletas e o retorno gradual aos treinamentos com bola.
Dentro de uma moderna metodologia praticada no futebol, os profissionais que compõem as comissões-técnicas das equipes procederam dentro de alguns protocolos avançados, com pequenas variações entre eles.
Os cuidados vão da alimentação balanceada, energéticos, até o produto final, representado pela liberação do jogador para entrar em campo em boa forma física e técnica.
Mas, é como timbrou o antológico mestre da folha-seca, Didi: “Jogo é jogo, treino é treino”.
A bola voltou a rolar para a conclusão dos campeonatos estaduais e podemos observar a dificuldade encontrada por muitos para apresentar futebol de alto nível.
Claro, é absolutamente compreensível que a maioria dos jogadores ainda esteja em fase de retomada do ritmo, sendo que alguns se apresentaram bem abaixo do esperado.
Com o passar dos jogos certamente teremos a oportunidade de assistir partidas com melhor qualidade técnica. Como diziam os antigos romanos, os tempos mudam e nós mudamos com eles: “Tempora mutantur et nos in illis”.
Por isso, o torcedor precisa ter paciência com a volta do futebol. Apesar de alguns duelos interessantes e até mesmo com resultados extravagantes durante a semana, como os 3 a 2 do Bragantino sobre o São Paulo e os 5 a 0 do Athletico em cima do Londrina, a média tem sido a contenção de movimentos, equilíbrio nas disputas e o exercício de readaptação até alcançar o padrão de excelência.
Algo que só acontecerá, efetivamente, na largada do Campeonato Brasileiro daqui a quinze dias.
Daí a pegada será outra, pois além do importante torneio nacional, alguns times terão de cumprir as fases intermediárias da Copa do Brasil ou iniciais da Sul-Americana e Copa Libertadores da América.
Será uma maratona daquelas, com diversos times de ponta sendo obrigados a disputar até doze jogos por mês.
Serão necessários elencos com diversas opções para os treinadores. E a elevada manutenção dos níveis de condicionamento físico e técnico dos jogadores até a conclusão das competições no início do próximo ano. Maldito coronavírus!
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...