Supremacia do Athletico no futebol paranaense está comprovada
Com campeonatos oficiais sendo disputados desde 1915, portanto há cento e cinco anos, o futebol paranaense possui uma bela história.
No princípio, o predomínio técnico foi do Britânia, que se sagrou hexacampeão na década de 1920. A seguir, Palestra e Ferroviário se destacaram em alguns momentos, mas foi mesmo a dupla Atletiba que se revezou na conquista dos títulos até o final dos anos 1940.
Por desentendimentos políticos, crise financeira, falta de idéias ou simples fastio de material, o Athletico entrou em decadência logo após o título de campeão do Furacão em 1949. Foram apenas dois títulos – 1958 e 1970 – nos próximos 33 anos.
Disso se aproveitou o Coritiba que, no mesmo período, ganhou um rosário de títulos, se destacou e ainda por cima construiu o novo estádio. Mudou o nome que homenageava o jogador do América, Belfort Duarte, pelo do ex-presidente e realizador, Antônio Couto Pereira.
Na década de 1980 houve equilíbrio entre Coritiba e Athletico, com fugazes tentativas de o Pinheiros tornar-se grande. Unindo ao Colorado, o Pinheiros participou do surgimento do Paraná Clube, dono absoluto do pedaço na década de 1990.
Nos últimos vinte anos assistimos à recuperação e impressionante desenvolvimento do Athletico sob o comando do incansável Mario Celso Petraglia.
A atual supremacia do Athletico no futebol paranaense está claramente demonstrada nas suas realizações e nos números alcançados dentro de campo.
Construiu o mais moderno centro de treinamentos do país – o CT do Caju – e duas arenas: a primeira pela metade, por causa de uma pendenga com o proprietário do terreno ao lado e, a segunda, rigorosamente dentro dos padrões da FIFA com a sofisticação inédita do teto retrátil e do gramado sintético.
O Furacão ganhou diversos títulos estaduais, foi campeão brasileiro, campeão sul-americano, campeão da J.League/Comenbol e campeão da Copa do Brasil. Também foi vice brasileiro, da Copa do Brasil e da Copa Libertadores da América.
Não foi pouca coisa. Mas tem mais: dos dez maiores artilheiros dos times paranaenses na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro, sete foram do Furacão.
Eis a lista: Washington com 34 gols, Paulo Baier com 33, Renaldo (Paraná Clube) com 31, Marcelo Cirino com 26, Éderson com 25, Keirrison (Coritiba) com 25, Alan Bahia com 23, Pablo com 23, Dagoberto com 22 e Marcel (Coritiba) com 21.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...