Reprises reverenciaram os heróis dos títulos da dupla Atletiba
Quem viu, reviu com satisfação; quem não havia visto, viu e gostou. Foi assim que se repetiram as conquistas nacionais de Coritiba e Athletico na tevê.
Foi muito bom, sobretudo para a nova geração que não conhecia os detalhes das epopeias dos títulos brasileiros da dupla Atletiba. Os heróis das conquistas foram reverenciados pela reprise e a constatação do valor individual de cada um.
Mas dois jogadores sobressaíram-se entre os demais: o goleiro Rafael, no triunfo do Coxa em 1985, e o atacante Alex Mineiro, na glória do Furacão em 2001.
Vida de goleiro é complicada, por definição. Antigamente se dizia que era uma posição tão azarada que até a grama não crescia onde o goleiro pisava. Isso no tempo em que os gramados não eram tão bem cuidados como hoje em dia.
Mas, que jogar embaixo dos três paus não é moleza, todos que gostam de futebol sabem disso.
Se o avante perde um gol, é perdoado quando acerta; se um arqueiro aceita um frango, não têm perdão. Pode praticar outras grandes defesas que a falha não será esquecida, ainda mais se o time sair de campo derrotado.
Mas Rafael conseguiu a perfeição na maioria de suas atuações na campanha de 1985, especialmente na reta de chegada nos jogos decisivos com Atlético Mineiro e Bangu. Ele pegou tudo.
Sempre bem colocado, seguro, sem soltar a bola para dar rebote ao adversário e com saídas esplêndidas pelo alto, ele construiu uma figura inesquecível na meta alviverde.
E vejam que estamos falando de um clube que sempre dedicou especial atenção aos goleiros. Não por acaso, monstros sagrados vestiram, através das décadas, a camisa número 1 do Coritiba: Rey, Nivaldo, Hamilton, Célio, Joel Mendes, Jairo, Sergio, Mazzaropi, Manga e, depois de Rafael, Fernando Prass, Vanderlei e Wilson.
O jogador de ataque tem a responsabilidade de marcar gols. Entretanto, nem sempre ele consegue encontrar o caminho do gol com facilidade. Dezenas, centenas de jogadores ofensivos se perderam na carreira pela carência em finalizações certeiras.
Talvez por isso a quantidade de atacantes contratados sempre é maior do que nas outras posições a cada nova temporada.
Simplesmente porque é difícil achar o homem-gol. Pois na formação do time que se sagrou campeão brasileiro em 2001 o Athletico caprichou.
Conseguiu revelar Dagoberto naquela temporada, contratou Ilan e Adauto – que brilharam posteriormente no futebol europeu – como suplentes e acertou em cheio com a dupla Kleber e Alex Mineiro. Os dois se cansaram de fazer gols durante aquele campeonato.
Mas Alex Mineiro foi prodigioso ao assinalar oito gols nas quatro partidas decisivas contra São Paulo, Fluminense e duas vezes o São Caetano.
Na coleção de gols marcados ele usou todos os jeitos, modelos e estilos, consagrando-se eternamente na grande equipe campeã logo no início do novo século.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...