No Estadual e na Sul-Americana, chegou a hora de o Athletico mostrar a sua cara
Uma ópera, uma peça de teatro, um desfile de escola de samba ou um show de circo dependem muito do apoio dos bastidores – contra-regras, cenógrafos, carpinteiros, iluminadores, etc. Um time de futebol não é diferente.
Este do Athletico está tentando repetir os recentes sucessos dos times que conquistaram os títulos de campeão da Copa Sul-Americana, da Copa do Brasil e o tricampeonato paranaense. Em condições normais, a equipe atleticana estaria jogando melhor, tanto nos compromissos do campeonato estadual, quanto no torneio continental.
Ou seja, tanto a formação titular quanto a reserva estariam rendendo mais. Pelo menos foi assim sob o comando do técnico Tiago Nunes. Agora, sob nova direção, depois das experiências com Dorival Junior e o jovem Eduardo Barros, o Furacão tenta jogar a imagem e semelhança do experiente Paulo Autuori.
E chegou a hora de o Athletico mostrar a sua cara. Ele tem alternado exibições razoáveis com medíocres, quando atuam os reservas, no campeonato estadual; e exibições modestas, quando atuam os titulares na Copa Sul-Americana.
Os vicários António Oliveira e Bruno Lazaroni – vicário, para quem não se lembra, é aquele que faz as vezes de outra pessoa – tentam explicar os acontecimentos depois dos jogos. Porém, ambos estão na berlinda, enquanto exercem a delegação
de Paulo Autuori que deveria ser o treinador oficial.
Esse negócio de entregar o comando geral do departamento de futebol de um grande clube a um treinador que deseja abandonar a função é perigoso. Como se diz na gíria, cada macaco no seu galho.
O ideal seria o Athletico ter um diretor de futebol integrante da diretoria, com experiência e conhecimento na matéria – coisa rara nos dias de hoje, devo admitir – no comando. E um executivo – CEO, como se diz modernamente – para a coordenação do setor. Com Paulo Autuori permanecendo como treinador de campo.
Mas diante do quadro que se apresenta só restam dois caminhos: vencer o Toledo e garantir a classificação na última rodada para tentar o sonhado pela torcida inédito tetracampeonato paranaense e ganhar e fazer muitos gols para garantir a vaga nas partidas com Melgar, na próxima quarta feira, e o Aucas, ambos na Arena da Baixada.
A sorte está lançada. Ou, como diria o futuro imperador romano Júlio César ao atravessar o rio Rubicão e tomar o poder em Roma: Alea jacta est.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...