Nada como uma decisão Atletiba para reanimar o torcedor
Estamos vivendo tempos estranhos, de angustia e expectativa, em meio a maior pandemia dos últimos cem anos, mas temos de enfrentar o difícil cotidiano para sobreviver. Neste momento dramático da população mundial, o esporte acaba funcionando como uma válvula de escape. Mesmo com as limitações de jogos sem público nos estádios e nas arenas, o futebol continua encantando, tanto que todos não vêem a hora do retorno do espetáculo representado pela Liga dos Campeões da Europa.
Claro que vivemos outra realidade, com a evidente decadência técnica dos times brasileiros. E da própria campeoníssima seleção brasileira que há duas décadas está devendo boas apresentações. Arrastam-se as equipes brasileiras nas partidas dos
campeonatos estaduais e os treinadores simplesmente não conseguem mudar o
panorama. Afinal, técnico de futebol não é mágico e trabalha com os recursos
humanos colocados a sua disposição.
Mas nada como uma decisão Atletiba para reanimar o torcedor paranaense. Os detentores das maiores torcidas do Paraná e donos do
maior número de títulos de campeão, Athletico e Coritiba chegam a 19ª final de
campeonato estadual.
Muita coisa rolou nesses 96 anos de confrontos entre alviverdes e rubro-negros. Foram tantas emoções que encantaram diversas gerações e deixaram marcas profundas na memória e no coração de milhões de torcedores através dos tempos.
Assistimos três finais estaduais consecutivas com a dupla Atletiba em jogos bem disputados e que mereceram os aplausos do público. Em 2016 o Furacão não tomou conhecimento do velho rival,
fazendo cinco gols nas partidas finais: 3 x 0 na Arena e 2 x 0 no Alto da
Glória. Walter foi a estrela atleticana na comemoração do título.
O Coxa deu o troco no ano seguinte impondo uma goleada de 3 x 0 dentro da Arena e segurando o empate sem gols no Alto da Glória. Foi a vez de o artilheiro Kleber Gladiador fazer história. Em 2018 o Athletico, com o seu time de aspirantes e o
emergente técnico Tiago Nunes, liquidou o tradicional adversário com 2 x 0 na
Arena. Garotos como Leo Pereira, Renan Lodi e Bruno Guimarães brilharam.
Agora, com a sua formação principal e contando com a experiência do técnico Dorival Junior - que já foi campeão pelo Coritiba - o Furacão tentará o tricampeonato paranaense. Trata-se de um time em formação depois do desmanche
verificado com a conquista do título da Copa do Brasil. Apresenta limitações
técnicas nas laterais, mas tem crescido do meio de campo para frente sob a
liderança do incansável Nikão e os gols do jovem Guilherme Bissoli.
Dirigido pelo promissor Eduardo Barroca e ainda tentando
encontrar o ponto de equilíbrio tático-técnico para enfrentar todos os
desafios, o Coritiba certamente usará do fator psicológico e da garra para
tentar superar os desafios.
Ainda não conseguiu realizar uma boa apresentação nos jogos pós-quarentena do coronavírus, mas reúne condições de superar-se, dar a volta por cima e surpreender nas finais. Como diz o torcedor: Clássico é clássico, e vice-versa. Ainda mais o velho e bom Atletiba.