Grama sintética é desculpa para mau perdedor e Athletico está harmonizado para a final
Athletico e Internacional fizeram um jogo eletrizante, na Arena da Baixada, na abertura das finais da Copa do Brasil.
Não surpreendeu o triunfo atleticano. Até, pelo contrário, confirmou o que praticamente se estabeleceu como tradição: o Furacão é difícil de ser superado dentro de casa.
Alguns atribuem ao gramado sintético, outros à vibração da torcida.
Que os torcedores atleticanos são fervorosos não resta qualquer margem de dúvida. Sempre foram. Aliás, a principal característica do clube é a alma da sua torcida.
Poucos clubes conseguem ultrapassar décadas com poucos títulos sem perder espaço, prestígio e, sobretudo, público.
Pois o Athletico conseguiu esta façanha durante 33 anos de raras conquistas e vacas magras nos cofres do antigo estádio Joaquim Américo.
Foi assim: depois do título de campeão em 1949, alcançado
pelo time que recebeu o apelido de Furacão, o próximo título paranaense só veio
nove anos depois. E foram mais doze anos de espera até a festa de campeão, em
1970, em Paranaguá. E novos doze anos na fila até a conquista de 1982, em cima
do Colorado, e o bicampeonato em 1983, em cima do Coritiba.
Dali em diante as coisas retomaram o caminho da normalidade graças ao trabalho e a eficiência do grupo denominado “Retaguarda Atleticana”. O resto, e o clichê vem a propósito, é história.
Quanto às conseqüências da grama sintética é bobagem. Trata-se de um piso com tecnologia moderna e bem semelhante ao gramado natural. Não passa de desculpa para mau perdedor.
O que o time de Tiago Nunes tem, efetivamente, é organização de jogo.
Ou seja, tanto a formação reserva como a principal atuam dentro do mesmo padrão tático e técnico. Isso é raro acontecer. Mas Tiago Nunes conseguiu compor e equilibrar o elenco, repassando a ideia da sua estratégia de atuação.
Por isso mesmo o time reserva é o atual bicampeão estadual e o time titular está disputando o título da Copa do Brasil.
Voltando ao confronto com o Internacional, foi mesmo uma partida de tirar o fôlego. Jogo corrido, movimentado, disputado até o último minuto. Deverá ser assim, no Beira Rio. O Athletico está harmonizado para a final.
Só precisa jogar com a mesma vontade de vencer e não tentar segurar o empate que lhe beneficia pelo regulamento.
Time que joga para não perder invariavelmente perde; time que joga para ganhar invariavelmente ganha ou, pelo menos, empata.
Próximos jogos do Athletico
- Athletico x Avaí - 15/9, 11h - Brasileirão
- Inter x Athletico - 18/9 - 21h30 - Final Copa do Brasil
- Vasco x Athletico - 22/9, 16h - Brasileirão
- Athletico x Fortaleza - 26/9, 21h30 - Brasileirão
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...