As viradas do Athletico mexem com o torcedor
No ano em que realizou o maior investimento da sua praticamente centenária história, na formação da comissão técnica e do elenco de jogadores, o Athletico não conquistou nenhum título importante.
Foi campeão paranaense invicto, o que historicamente não deixa de ter sido reconfortante levando-se em consideração que o clube levou décadas para repetir a façanha, mas nada de título nacional, continental ou intercontinental. O sonho continua.
Dentre as razões que levaram o Furacão a uma temporada irregular, na verdade duas seguidas, se levarmos em conta que não foi campeão em 2022, quando chegou a decidir o título da Libertadores da América, mas teve de contentar-se com o vice, reside o desequilíbrio técnico-tático.
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Apenas isso explica a irregularidade da equipe nas diversas competições, mesmo com um grupo de jogadores à altura de todas as exigências do atual futebol sul-americano.
O comportamento da zaga pode ser apontado como um dos fatores mais salientes de tanta inconstância. Isso também explica o fenômeno das viradas e essas empolgantes viradas do Athletico mexem com o torcedor.
Foram dez neste ano e a última, quarta feira, serve para exemplificar claramente o problema: superior ao América-MG desde o início, pressionou, criou chances para marcar o gol e acabou levando um.
Bola mal rebatida pela zaga, nenhum volante no espaço em frente à grande área e chance para o adversário acertar um tirambaço de longa distancia. Aliás, o meio de campo atleticano vem mal no exercício de marcação há muito tempo.
Teve de fazer por onde virando o placar com gols bem trabalhados, destacando-se o passe perfeito – assistência é coisa do basquete – de Canobbio para Pablo no segundo gol e o arremate espetacular de Vitor Bueno no terceiro.
O meio de campo recuperou-se na missão criativa depois do papelão no último Atletiba e o treinador Wesley Carvalho descobriu a verdadeira vocação de Cuello: ala direito. Logo ele que passou meses atuando como ponta esquerda...assim é o futebol nosso de cada dia.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...