Carille terá trabalho para ajeitar o time do Athletico
O triunfo sobre o The Strongest, na segunda rodada da Copa Libertadores da América, foi um alivio para os atleticanos.
Não só para os torcedores, mas, principalmente, para a diretoria, a nova comissão técnica e os jogadores que se esforçaram e comemoram entusiasticamente a sofrida vitória na Arena da Baixada.
Sofrida porque o time está completamente desentrosado, alguns jogadores sem ritmo de jogo e outros dispersivos pela própria insegurança do grupo.
Se a regra básica de preparar o elenco antes do início das competições tivesse sido obedecida – desde janeiro e colocando o time titular para aproveitar o campeonato estadual como laboratório, como procederam todos os demais grandes clubes do país – no quarto mês do ano certamente o panorama seria outro.
E talvez até Alberto Valentim não tivesse sido usado como bode expiatório pelos graves erros cometidos pela diretoria.
O que importa, agora, é que o novo técnico Fabio Carille terá trabalho para ajeitar o time do Athletico. O quanto antes possível, pois as três competições paralelas exigirão o máximo de todos os profissionais. Não pensem que será tarefa fácil, apesar da surpreendente atuação dos irregulares alas Orejuela e Abner.
O comportamento da zaga e do meio de campo foi positivo no aspecto defensivo, mas a saída de bola continua lamentável. Por isso não saiu gol ao natural.
+ Confira a tabela do Athletico na Libertadores
Dá para perceber a qualidade técnica individual de Bryan Garcia, Hugo Moura, Terans e Cuello, porém eles ainda não falam a mesma língua.
Falta entendimento – pois jogaram juntos poucas vezes – e, sobretudo, falta liderança, o que parece normal com a chegada de jogadores de todos os cantos onde o idioma castelhano prevalece sobre o português.
Com o tempo Carille deve arrumar as coisas, pois escolherá os mais eficientes para a formação do onze principal, oferecerá alternativas para que o Furacão não fique na dependência de uma jogada individual de Vitinho – no lance do pênalti que originou o gol na sofrida vitória – ou de Marlos, o mais lúcido da nova leva de contratações.
Canobbio é um caso a parte, pois se recupera de lesão na face, tanto que atuou no primeiro tempo com uma incomoda máscara. Ele mostrou envergadura técnica, mas está completamente fora de ritmo. Com o tempo certamente conseguirá recuperar a forma física e técnica ideais.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...