O Campeonato Brasileiro de 2020 virou máquina de moer gente
Talvez tenham sido os terríveis efeitos da pandemia do coronavírus, ou a ausência de público nos estádios, mas a dura realidade é que, com seu baixíssimo nível técnico, o Campeonato Brasileiro de 2020 virou máquina de moer gente.
De presidentes de clubes a jogadores, passando por treinadores, auxiliares, ceos, preparadores físicos, ninguém foi poupado nesta temporada de qualidade técnica proteiforme.
Os árbitros, então, nem se fala. Não passa uma rodada sem que haja uma porção de críticas e reclamações, seja ao juiz de campo ou aos responsáveis pelo VAR.
Confira a classificação completa do Brasileirão
Como tudo muda frequentemente de forma, nenhuma equipe conseguiu se destacar aos olhos da crítica e do público para merecer o título de campeão.
O Internacional é o líder, sem dúvida, mas, convenhamos, bem longe de ser um time com futebol bonito, empolgante e muito menos com um treinador moderno e inovador. Antes, pelo contrário, o veterano Abel Braga já havia queimado o filme na sua última passagem pelo Flamengo e consegue operar prodígios com esse elenco irregular do Internacional.
A liderança colorada se deve, primeiro, pela sorte de ter achado um pênalti no final do Gre-Nal numa autêntica bobeira do zagueiro Kanemann; segundo, pela desastrosa rodada dos demais pretendentes ao título. Todos foram derrotados ou perderam pontos: São Paulo, Flamengo, Atlético Mineiro, Palmeiras, Grêmio e Santos.
A máquina de moer gente voltou a funcionar na Série B com a dispensa do festejado Felipão no Cruzeiro. Mas tem muita gente com a cabecinha sendo arrumadinha no cestinho da guilhotina. Ou Rogério Ceni e Fernando Diniz tem dúvidas disso.
Jorge Sampaoli tanto fez e desfez que também está perdendo prestígio no Galo. Restam Abel Ferreira e Cuca com fôlego, especialmente porque cresceram na cotação após a classificação de Palmeiras e Santos para a grande final da Copa Libertadores da América. Renato Gaúcho é um caso à parte em sua apaixonada relação com o Grêmio.
Evolução na dupla Atletiba no Brasileiro
Por aqui, o time do Coritiba melhorou sensivelmente com a mudança de diretoria e o paraguaio Gustavo Morígino está fazendo as suas avaliações para projetar o time do próximo campeonato, seja na Série A ou B. Pouco importa, afinal, a nova diretoria tem planejamento e estratégia a longo prazo.
Paulo Autuori está com o elenco atleticano sob controle e conseguindo tirar água da pedra com o material humano que encontrou entre saldos e retalhos no CT do Caju.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...