Nova parada do Brasileirão deve servir para reflexões
Cada vez mais a Fifa e as confederações continentais ocupam espaço no calendário do futebol mundial. Essas entidades não se preocupam com o nível técnico dos times ou das seleções, muito menos com o desgaste do futebol como produto, diante do excesso de jogos durante cada temporada.
Tudo o que importa aos cartolas é o faturamento. Apenas isso. Por essa degradante política de negócios, a próxima Copa do Mundo terá o absurdo de 48 participantes e será disputada em três países: Canadá, Estados Unidos e México.
Nem vou me referir à Copa de 2030, que simplesmente será um circo de cavalinho, sem pé nem cabeça. A sede por dinheiro é tamanha que a última Copa foi disputada há menos de um ano e já estamos nas Eliminatórias da próxima.
A nova parada do Brasileirão deve servir para reflexões por parte de dirigentes, treinadores, jogadores e, por que não, torcedores que pagam o ingresso, convivem com a violência das torcidas organizadas e continuam achando que está tudo bem.
O Botafogo só deixará de ser campeão se quiser, pois voltou a ganhar e está a nove pontos do segundo colocado, o esforçado Bragantino.
Grêmio, Palmeiras e Flamengo seguem muito irregulares e com pouca munição para ameaçar o líder.
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A dupla Atletiba disputa campeonatos diferentes: o Athletico luta por uma vaga na Libertadores e o Coritiba se empenha para evitar novo rebaixamento.
O Furacão continua patinando por falta de uma política inteligente e bem definida no seu departamento de futebol: os negócios continuam tendo preferência sobre a boa técnica, as vitórias, os títulos e, enfim, a alegria da torcida.
Será que ele combinou isso com os atleticanos raiz?
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O Coxa começou bem na era Thiago Kosloski, sofreu percalços por causa da interferência dos cartolas, que impuseram a escalação de alguns contratados sem condições técnicas, e recuperou-se com o triunfo no clássico Atletiba e na virada sobre o Galo.
A mensagem parece clara: deixem o treinador trabalhar com os jogadores por ele escolhidos e a queda pode ser evitada. A tarefa será árdua, mas a vontade demonstrada pelos jogadores para mudar o panorama deve ser levada em conta e apoiada pelos novos donos do clube.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...