Sem o Botafogo, o Brasileirão estaria pegando fogo
Vejam só a ironia das circunstâncias do futebol e da própria vida. Sem o Botafogo, o Brasileirão estaria pegando fogo. Com uma vantagem de nove pontos sobre o segundo colocado, o time carioca só precisa manter o ritmo de atuações para consagrar-se campeão depois de muito tempo.
Não coloco em discussão o mérito do “Glorioso”, afinal, a sua diretoria foi muito competente na formação da comissão técnica no inicio da temporada e na composição do elenco, daí o merecido sucesso.
Houve percalços na troca de treinadores, como todos sabem, mas com o paranaense Lucio Flávio no comando, a equipe voltou a demonstrar segurança e bom rendimento dentro de campo.
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Agora iniciemos um exercício ficcional sem a disparada do Botafogo na liderança. Do Fortaleza e Fluminense, com 42 pontos, até o Bragantino com 49, temos mais cinco equipes emboladas em busca do que seria o título de campeão, além do Botafogo, é claro.
Tantos altos e baixos daqueles que apenas disputam uma vaga na Libertadores da América, tanto que nenhum conseguiu, efetivamente, aproximar-se do super líder, podem ser explicados das mais diferentes formas e enfoques.
Para alguns, o problema é a falta de melhor planejamento na montagem do elenco e na opção pelo técnico; outros entendem que os técnicos são cabeçudos, tanto que provocaram essa avalanche de profissionais estrangeiros nos principais clubes e, para muitos, simplesmente é a soma de tudo, com destaque a impressionante queda do padrão de qualidade da atual geração de jogadores. Tanto que também se registra grande quantidade de jogadores estrangeiros em nossos times.
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Mal fundamentados na base dos clubes, manipulados por agentes desde que começam a dar os primeiros chutes na bola, sem formação escolar adequada, influenciados por usos e costumes dos novos tempos e, sobretudo, ganhando somas estratosféricas de dinheiro quando alcançam o estrelato, criaram um novo tipo de profissional no futebol.
A síntese de tudo isso é o desequilíbrio técnico dos participantes da Série A do campeonato nacional e, sobretudo, o baixo rendimento da seleção brasileira nas últimas duas décadas.
Veja no Carneiro & Mafuz #21
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...