Um Atletiba para agitar o modorrento campeonato
O futebol brasileiro tem sido muito malhado ultimamente. Não só pela derrota do Palmeiras na final do Mundial de Clubes, que serviu apenas para evidenciar a diferença técnica entre o futebol praticado atualmente na Europa e neste subcontinente sul-americano.
Mas, sobretudo, pelo longo jejum da seleção brasileira em copas do mundo e o baixíssimo nível técnico dos campeonatos estaduais em andamento. Por aqui não é diferente, pois os treinadores seguem na fase de testes e experiências, tentando encontrar o time ideal para o restante da temporada.
Esta é, claramente, a preocupação de Gustavo Morínigo que ainda não está convencido qual será o onze que mereça o timbre de time titular.
Ele está perto de encontrá-lo, apesar de o Coritiba não ter feito grandes investimentos para qualificar o elenco no retorno à Série A do Campeonato Brasileiro.
Mas nada como um Atletiba para agitar o modorrento campeonato estadual. Se o Coxa tem trabalhado bastante com todos os seus jogadores, o Furacão estava em um tipo de colônia de férias no CT do Caju.
Tanto que poucos dos novos contratados foram apresentados à torcida e ainda assim só por conta da tempestade que assolou o clube com a saída do manager Paulo Autuori.
A queda de James Freitas, treinador dos aspirantes, teria sido o motivo. Não creio. O problema foi mais profundo e tem a ver com o grave equívoco de Paulo Autuori, Ricardo Gomes e outros menos votados na elaboração do planejamento do futebol para esta temporada.
Não é possível que não tenham utilizado os jogadores considerados titulares e os novos contratados nos jogos do Campeonato Paranaense. Pois a competição existe exatamente para isso: experimentar a tigrada para ver quem reúne condições técnicas de entrar no grupo principal.
Estará o Furacão pronto para enfrentar o Palmeiras na Recopa Continental? Quanto mais vivo, observo e mais velho fico, menos entendo a mentalidade desses profissionais que habitam o mundo do futebol brasileiro faturando milhões.
Mas vamos esfregar as mãos e esperar por uma boa partida no primeiro Atletiba do ano.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...