Atletiba é um clássico que vai além da simbologia
Tem jogo de futebol todo dia na televisão. Jogo bom e jogo ruim. Mas os clássicos têm personalidade própria. O adjetivo clássico entrou na língua portuguesa para realçar a diferença.
Lançado pelos turfistas para destacar a corrida entre cavalos premiados, ele entrou para o futebol tornando-se sinônimo de uma partida diferente.
Clássico é clássico, como diz a voz rouca das arquibancadas. E o Atletiba é um clássico que vai além da simbologia. É o jogo mais tradicional do futebol paranaense.
Se tentássemos sintetizar a história desse jogo quase secular teríamos que colocar em um pote generosas quantidades de tradição, lendas, mitos, fantasias, ídolos, vilões, enfim um rosário de sensações absolutamente arrebatadoras.
Em 1994, quando lançamos o livro “Atletiba a paixão das multidões”, em parceria com o companheiro Vinicius Coelho, senti o peso da história em cada página.
Na realidade resolvemos escrevê-lo para mexer com os brios dos dirigentes e com o fanatismo dos torcedores.
A dupla encontrava-se na segundona nacional, há algum tempo sem título paranaense e assistindo o crescimento do Paraná Clube. Sentimos que era a hora da virada. E aconteceu.
No ano seguinte Athletico e Coritiba voltaram a Primeira Divisão brasileira, a conquistar títulos estaduais e, no caso do Furacão, nacionais e continentais. A memória ficou gravada no livro.
Lá estão o primeiro Atletiba em 1924, o Atletiba da Gripe, o Atletiba de 8 minutos, as grandes decisões, os heróis, os craques, os ídolos imortais e os títulos inesquecíveis.
Agora mais um Atletiba. Engana-se que pensa assim. O grande jogo nunca é igual. Ainda mais este que reunirá o Coxa precisando vencer a primeira partida fora de casa na série A desta temporada e afastar-se mais um pouco da zona de rebaixamento.
E o Furacão que vem patinando com atuações pífias, desde que se classificou para a final da Copa Libertadores da América, defendendo uma invencibilidade de 22 anos em Atletibas disputados na Arena da Baixada pelo Campeonato Brasileiro.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...