Atletiba, como sempre, é um clássico cercado de mistério
Após nove rodadas do movimentado Campeonato Paranaense, chegamos ao ponto alto da primeira fase que é o tradicional e, agora, centenário clássico Atletiba.
Com propostas diferentes para esta temporada, Athletico e Coritiba se preparam de acordo com o tamanho do bolso de cada um. Com mais dinheiro em caixa e com a possibilidade de faturar alto em competições rentáveis, além da motivação por ser o ano do seu centenário de fundação, o Athletico investiu mais. O Coritiba, por ter como principal objetivo retornar à Série A do Campeonato Brasileiro, foi mais moderado nas contratações.
Pelo visto até agora, depois de um ano repleto de erros primários cometidos pelos seus gestores de futebol, o Coxa acertou no planejamento desde o retorno do técnico Guto Ferreira, conhecedor das idiossincrasias do clube e excelente operador de grupo mediano de jogadores.
Com 21 gols marcados em nove jogos e contando com o goleador Robson, a torcida coxa-branca anima-se com as possibilidades. Entretanto, presta atenção nos ajustes defensivos que precisam ser feitos diante da quantidade de gols sofridos.
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O técnico Juan Carlos Osorio saiu vaiado após o empate sem gols com o Operário, na Ligga Arena. Sinal de que ele vai ser cobrado e pode tornar-se a maior vítima pelo grave erro da diretoria do Athletico ao atrasar o cronograma da formação da nova comissão técnica e do elenco de jogadores para o glorioso ano do centenário.
Foram nove jogos com nove escalações diferentes e, neste aspecto, não só entendo Osorio como defendo a necessidade que ele tem de conhecer os novos contratados para, um dia, definir o chamado onze titular. Nesta partida com o Operário, uma equipe também em recomposição sob o comando do experiente Rafael Guanaes, estrearam mais dois com a camisa rubro-negra: o volante Felipinho e o atacante Lucas Di Yorio. Em Felipinho boto fé, mas tenho dúvidas quanto a Di Yorio para conquistar a titularidade.
Não resta outra alternativa a Osorio senão promover testes, experiências e estudos estratégicos enquanto a diretoria do clube não parar de contratar. Pode custar caro ao Athletico, afinal, daqui a pouco a bola rola na Copa do Brasil, na Copa Sul-Americana e no Brasileirão. Sem esquecer que a torcida quer o título estadual no ano do centenário.
Por tudo isso e mais um pouco o Atletiba, como sempre, é um clássico cercado de mistério.
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...