Athletico e Seleção Brasileira chegaram ao limite da obrigação de vencer
No século 19, um dos grandes pensadores foi o português Eça de Queiroz, destacando-se que uma das suas frases mais famosas era esta: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”.
Ultimamente, alguns torcedores desgostosos e comentaristas contrariados com a nova realidade do futebol brasileiro começaram a defender a tese de que os cartolas dos clubes e, principalmente, da CBF deveriam ser mudados frequentemente como os incorrigíveis políticos e as fraldas das crianças.
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Só que, a meu juízo, o problema do futebol é mais complexo e muito mais profundo, pois abrange praticamente todas as áreas desde a implantação da Lei Pelé, que retirou o poder dos clubes formadores sobre os jogadores e entregou de bandeja aos agentes e procuradores que manipulam os novos talentos e seus familiares.
Mal orientados, sem formação escolar adequada para a adaptação nos grandes clubes do futebol europeu, enriquecidos rapidamente e excessivamente paparicados por uma mídia conivente e perniciosa, a síntese da nova geração é a combalida Seleção Brasileira.
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Com cinco copas de fracassos acumulados e praticamente desmoralizada desde os 7 a 1 impostos pela Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, no Mineirão, o selecionado nacional continua sendo uma caricatura do que fomos até a conquista do pentacampeonato mundial há 22 anos.
E não adianta mudar o treinador a cada nova derrota retumbante, pois a raiz do problema está na incerta gestão da CBF e, sobretudo, na cabeça dos novos jogadores que parecem jogar com um certo fastio quando vestem a camisa canarinho. Entra ano, sai ano e segue o baile, para não dizer o enterro.
Nesta semana, Athletico e Seleção Brasileira chegaram ao limite da obrigação de vencer. O Furacão pela quantidade de erros da sua diretoria na formação do elenco no ano do centenário e na composição das comissões técnicas. A Seleção pela soma de tantos insucessos contra adversários tecnicamente medíocres, nas Eliminatórias e na Copa América.
O Athletico precisa dos três pontos na partida com o Atlético-GO e o Brasil precisa dos três pontos no jogo com o Uruguai.
Carneiro & Mafuz
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Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...