Athletico e a Recopa: tão perto, tão longe
O título de campeão da Recopa Sul-Americana é muito importante. Obviamente todo título é significativo. Todos os times de futebol existem, jogam e se empenham exatamente para alcançar a glória das grandes conquistas.
Nos últimos anos, o Athletico vem se destacando no cenário continental, com dois títulos de campeão da Copa Sul-Americana e um de campeão da Copa do Brasil.
Além disso, tem revelado bons jogadores, tanto que não há uma convocação da seleção brasileira – seja olímpica ou principal – sem que apareça um ou mais atuais ou ex-profissionais do Furacão.
É o resultado da política altamente profissional e muito bem sucedida no CT do Caju. Acrescido do seu invejável patrimônio e das recentes jornadas vitoriosas dentro de campo, o clube passou a ser visto com outros olhares pela chamada mídia esportiva.
Ou, por outra, a maioria que só enxerga o próprio umbigo – como a crônica carioca e paulista – começou a emitir sinais de interesse no desenvolvimento do Athletico como player do futebol brasileiro.
Sendo assim, a partida decisiva pela Recopa Sul-Americana está cercada de expectativa, se bem que a maioria absoluta dos analistas ofereça amplo favoritismo ao Palmeiras.
Em parte porque ele foi salvo por um pênalti esquisito marcado pela arbitragem no final do primeiro jogo que apresentou o resultado de igualdade, e muito pelo fato indiscutível de ele possuir um elenco mais forte do que o do representante paranaense.
Athletico perto do título da Recopa?
Porém, tecnicamente tudo é possível. Athletico e a Recopa: tão perto, tão longe. O inédito título estaria perto se o time chegasse ao segundo jogo precisando apenas do empate; e está longe exatamente pelo fato de o adversário jogar em casa e com a responsabilidade de mostrar a sua força.
Sabemos que o técnico Abel Ferreira ainda não conta com um centroavante realizador e por isso não atua de forma vertical, preferindo trabalhar mais a bola pelo meio até conseguir abrir espaços com Dudu, Rony ou Raphael Veiga. Mas o Palmeiras é uma equipe de respeito.
Quanto ao técnico Alberto Valentim, ele está tentando reorganizar o grupo muito heterogêneo, sendo que alguns dos novos contratados ainda nem estrearam, e as dificuldades de uma pré-temporada mal organizada saltam aos olhos dos torcedores.
O ano começou turbulento, não só pela saída da dupla Paulo Autuori-Ricardo Gomes, ou o afastamento do irregular ala direito Marcinho, mas pela falta de unidade na cúpula do futebol atleticano.
De qualquer forma vamos aguardar o comportamento do Furacão, afinal para quem foi amplamente dominado pelo Flamengo, no Maracanã, e conseguiu sair vitorioso por 3 a 0, tudo é possível.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...