Nada se move na Arena sem Petraglia. Athletico, da glória à incerteza
Depois que se sagrou campeão da Copa do Brasil, derrotando o Internacional no Beira-Rio, o Athletico passou a ser visto com outros olhos pela chamada inteligência crítica do futebol brasileiro.
De uma forma geral, os comentaristas e analistas da mídia eletrônica em geral e da mídia impressa em casos pontuais, não têm economizado referências elogiosas ao Furacão.
Observando o rigoroso predomínio técnico do improvisado time atleticano – nove ausências, pelos mais diversos motivos – sobre o Corinthians, em plena Arena de Itaquera, portanto outra vez em gramado natural, percebi o quanto faz bem a alma uma conquista de título de campeão.
Mesmo com calendário completo assegurado para a próxima temporada e desfalcado de diversos titulares, o time de Tiago Nunes demonstrou confiança, segurança e, sobretudo, vontade de mostrar suas qualidades.
Algo extraordinário que só o futebol consegue nos apresentar, pois se trata de uma manifestação psicológica coletiva, imperceptível a olho nu.
O time simplesmente entrou em campo e começou a trocar passes, encurralar o poderoso adversário e criar um rosário de possibilidades para a marcação de gols.
Sim, houve falhas, todos viram, tanto que a partida terminou empatada, apesar do amplo predomínio da equipe visitante. Mas ninguém pode desconhecer a aura de confiança dos atleticanos. Porém, a vida é mesmo curiosa, pois com tudo isso, o Athletico vai da glória a incerteza.
Enquanto a bola rola e a torcida vibra, o grande líder do clube, internado na UTI de um hospital em São Paulo, luta pela sobrevivência.
Mario Celso Petraglia experimenta mais um momento da sua existência plena, deixando milhões de pessoas em estado de absoluta expectativa.
Nada se move na Arena da Baixada ou no CT do Caju sem a autorização do grande líder.
Na sua ausência, que se espera temporária, estabeleceu-se um hiato na vida do clube. Ainda mais em ano de eleição e de planejamento para um calendário que se apresenta recheado de possibilidades para o Furacão.
Menos mal que, sabiamente, a oposição política recolheu-se e decidiu não apresentar candidato em reconhecimento ao sucesso da atual gestão.
Ela negocia, em alto nível, a possibilidade de compor o Conselho Deliberativo com muitos de seus representantes apoiando a santidade do projeto bem sucedido de Mario Celso Petraglia.
Ajustados nesta parte, resta saber quem será o próximo presidente do Conselho Diretor. Continua Luiz Sallim Emed ou há outro nome para submeter-se ao escrutínio dos associados ?
Enquanto o condutor maior recupera a saúde, quem é que vai decidir sobre o futuro de Tiago Nunes e de diversos jogadores com contratos que vencem no final do ano?
Quem é que vai comandar o planejamento econômico, financeiro e estratégico para os próximos três anos? Os atleticanos aguardam, tal como os fiéis na Praça de São Pedro, o sinal de fumaça branca na chaminé do Vaticano.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...
