Athletico mais solto agrada; Coritiba continua afundando
Em um campeonato no qual o Botafogo é líder disparado tudo pode acontecer.
Pelo menos é o que filosofava Neném Prancha, botafoguense desconfiado, nas peladas da praia de Copacabana nos tempos de Garrincha.
Não fossem algumas defesas do goleiro Cássio, as traves das metas e o Corinthians teria saído goleado da Arena da Baixada.
Aliás, digna de punição exemplar a manifestação grotesca da torcida organizada do Corinthians, alto denunciada por ser paga pela diretoria do clube, contra o presidente do Athletico no final do jogo.
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Por estas e outras, que a Liga dos Clubes não amadurece no futebol brasileiro - como o país no geral - mergulhado na mediocridade intelectual, ética e moral.
Sob o comando de Wesley Carvalho, o time do Athletico já havia realizado boa apresentação no Morumbi, apesar da derrota para o São Paulo. Não fossem algumas falhas individuais dos zagueiros e o Furacão teria obtido pelo menos o empate naquele jogo.
Mais importante foi observar o Furacão mais solto e mais leve no toque de bola, contrariando os dogmas da dupla Felipão-Paulo Turra, que privilegiava o sistema defensivo e iniciativa contida.
Na segunda partida sob seu comando, Wesley Carvalho conseguiu extrair o máximo do grupo que sempre considerei de elevada categoria técnica.
O primeiro tempo atleticano foi irretocável, diminuindo perigosamente o volume na etapa complementar, para religar-se a tempo de assegurar uma vitória reabilitadora.
Vale destacar a experiência com três zagueiros interiores, já que o elenco ficou sem ala esquerdo definitivo com a grave lesão sofrida por Fernando.
Fernandinho retornou mantendo excelente ritmo de qualidade e Erick, Vitor Bueno e Christian se apresentaram em bom nível. Aliás, Fernandinho ensaia futura carreira como treinador, pela experiência, inteligência e liderança.
Vitor Roque marcou o gol e deu muito trabalho à atarantada defesa corintiana. Como sempre disse, esse Vitor Roque nasceu fora de série.
Coritiba continua afundando
E o Coritiba continua afundando. Mas nas próprias águas, pois voltou a realizar um primeiro tempo com atuação exemplar quando teve condições técnicas de liquidar com o desorganizado Grêmio e, afinal, obter a sua primeira vitória.
Desperdiçou inúmeras oportunidades de gol e afundou no segundo tempo, sofrendo uma goleada impiedosa. Como dizem os amigos coxas, meus sais.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...