Athletico incomoda em briga de cachorro grande
O Palmeiras sagrou-se tricampeão da Copa Libertadores da América derrotando o Flamengo, na final em Montevidéu.
Briga de cachorro grande, como se diz na gíria do futebol.
São os dois clubes mais ricos da América do Sul na atualidade. E o Atlético Mineiro surge na terceira posição, por isso mesmo é praticamente o campeão brasileiro depois de 50 anos sem o almejado título.
Há alguns anos, o Palmeiras vem recebendo o apoio do grupo Crefisa e tem se destacado muito mais do que os seus tradicionais adversários regionais: Corinthians, São Paulo e Santos.
O Flamengo tem o maior orçamento do futebol brasileiro, mas acabou fracassando nas três principais competições em que tomou parte: ficou fora da corrida pelo título nacional após alguns tropeços, foi eliminado nas semifinais da Copa do Brasil tomando de 3 a 0 do Athletico em pleno Maracanã e perdeu a chance de recuperar o título da Libertadores.
O Atlético Mineiro deu uma virada na sua história, saindo de dívida em torno de um bilhão de reais para equilibrar as finanças, formar grande elenco e finalmente voltar a conquistar títulos importantes.
Tudo graças ao apoio de um grande grupo de empreendimentos envolvendo interesses comerciais nas áreas de engenharia, comunicação e banco.
O modesto Bragantino, não por acaso, chegou à final da Copa Sul-Americana graças ao investimento financeiro e conselho técnico da multinacional austríaca de bebidas energéticas Red Bull.
Foi derrotado pelo Athletico na partida decisiva em Montevidéu, mas prossegue com o seu programa de expansão como clube empresa.
O estranho no ninho nos grandes momentos desta temporada futebolística continental acabou sendo o Furacão, que só conta com alguns patrocinadores, pequena verba da televisão, a colaboração dos seus associados e as bem sucedidas negociações de jogadores para o exterior.
Tanto que o presidente Mario Celso Petraglia conta com o surgimento do Athletico S.A para abrir o capital e tentar atrair um parceiro estratégico que lhe permita alcançar o patamar de um bilhão de reais como objetivo para a formação do elenco de grandes jogadores.
Enquanto isso não acontece o time comemorou o bi da Sul-Americana, sonha em permanecer na Série A do Brasileirão e na conquista do bi da Copa do Brasil.
O Athletico incomoda em briga de cachorro grande, graças à competência gerencial da diretoria e a execução estudada do plano geral pelos profissionais que cuidam do futebol no CT do Caju.
Claro que este processo ousado tem um custo operacional e algum risco calculado, afinal, o grupo de jogadores é sabidamente inferior ao dos rivais milionários, e a equipe vem se superando de maneira interessante.
Mas nenhum atleticano sente-se confortável com o baixo rendimento na Série A, muito próximo do rebolo na luta contra o rebaixamento.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...