Athletico enfrentará a altitude e as suas graves deficiências defensivas
Se fosse apenas a altitude, até que o Athletico poderia tentar contornar a dificuldade que todas as equipes encaram quando jogam em La Paz, na Bolívia. O problema é que o Furacão enfrentará a altitude e as suas graves deficiências defensivas.
Ou, por outra, os efeitos causados pela difícil adaptação nos altiplanos dos Andes são conhecidos, tanto que a maioria dos visitantes encontra obstáculos naturais e sai reclamando de jogar em condições tão desafiadoras. E que beneficiam, claramente, os fracos times bolivianos que, ao descerem o morro, dificilmente conquistam resultados satisfatórios.
+ Veja todas as colunas do Carneiro Neto
O complicador atleticano é a má postura do seu sistema defensivo, que tem falhado tanto nas alturas quanto ao nível do mar.
Nas alturas de Curitiba ou em outros lugares, as gritantes falhas dos zagueiros chamam a atenção e, por incrível que pareça, os treinadores que passaram ultimamente pelo CT do Caju simplesmente não revelaram capacidade para resolver o grave e crônico dilema.
+ Confira a tabela completa da Libertadores
Além das falhas individuais dos alas e dos zagueiros interiores, os volantes também não ajudam – e não estou falando do gol contra de Erick na mais recente eliminação para o Flamengo – e a ausência de concepção estratégica para evitar os cruzamentos ou antecipar as bolas alçadas sobre a grande área parecem impossíveis.
Aliás, a maior vergonheira internacional do Furacão em todos os tempos foi a goleada de 5 a 0, na Libertadores do ano passado, para o The Strongest, em La Paz. Com o impressionante detalhe de que os cinco gols foram assinalados de cabeça em cima de uma linha de defesa atarantada e incapaz.
Custou o cargo do treinador Fábio Carille e, por uma ironia histórica, o Athletico reabilitou-se na competição ao ponto de decidir o título com o Flamengo, em Guayaquil.
Lembro-me de uma partida tremendamente diferente que assisti e comentei ao vivo em La Paz no ano de 2002. Dirigido pelo campeão brasileiro Geninho, os atleticanos deram um show de bola e chegaram a impor 5 a 1 no primeiro tempo.
Mas, na etapa complementar, sem pulmões e pernas por causa da terrível altitude, cederam o empate de 5 a 5. Eram os bons tempos de Flávio - o Pantera - na meta e os craques Kléberson, Adriano, Dagoberto e Ilan barbarizando no ataque.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...