El Paranaense há 23 anos fazendo história no continente
Ao entrar em campo nesta terça-feira, para enfrentar o Libertad, pela Copa Libertadores da América, o Athletico Paranaense estará escrevendo mais uma página de sua rica e quase centenária existência.
Recordo-me da primeira participação do Furacão no torneio mais importante do continente sul-americano. Foi há 23 anos e tenho boas recordações dos jogos realizados na Arena da Baixada e como visitante.
A crônica esportiva nos países de língua hispânica gosta de abordar craques, os jogos e os acontecimentos do futebol com verborragia muito peculiar. As transmissões radiofônicas são absolutamente sensacionais e as televisivas um pouco mais contidas, mas também com forte tempero regional.
Os jornais se esmeram e não raras vezes são utilizados termos da cobertura das touradas para enriquecer os valores do futebol.
La figura, por exemplo, é um termo extraído das touradas, pois durante a tarde de enfrentamentos nas sangrentas arenas espanholas ou mexicanas destacam-se os toureiros pelos seus variados estilos de atuação.
+ Confira a tabela da Libertadores
A figura da tarde, destacada pela mídia, sempre é o toureiro que mais encantou com o maior número de verônicas arrancando suspiros da plateia na Plaza de Toros. Estreando na Libertadores em 2000, lembro da grande vitória atleticana sobre o Nacional, no Estádio Centenário, em Montevidéu.
O time dirigido pelo técnico Vadão venceu por 3 a 1 e o atacante Kelly foi eleito o melhor em campo. Guardei o comentário do jornal El País, o mais prestigiado da capital uruguaia:
“La Figura del partido fue Kelly, una pesadilla. El diez de El Paranaense hizo honor ao número que lleva en la espalda. Pelota atada al pie, dueño de um gran toque y una extraordinária pegada. Hizo dos golazos, uno de los cuales fue el corolário de gran jugada colectiva. Em el segundo, um toque maestro se fue a dormir al palo izquierdo del portero Romay. Verlo em acción fue un verdadero deleite para la vista. Eso si, también tuvo una muy buena colaboración del equipo para destacar-se”.
O tempo passou, o Furacão decidiu duas vezes o título da Libertadores, sagrou-se bicampeão da Copa Sul-Americana, continua arrancando aplausos dos torcedores sul-americanos e há 23 anos fazendo história no continente.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...