Athletico e Coritiba são semelhantes em condições opostas
Como a historia não se repete nunca da mesma maneira, o cenário montado pelos fados indica claramente que Athletico e Coritiba são semelhantes em condições opostas nos últimos vinte anos.
De clube mais antigo, tradicional, dono de grande torcida, de um respeitável rosário de títulos estaduais e proprietário daquele que foi o maior e melhor estádio do futebol paranaense durante décadas, o Coritiba caiu assustadoramente em todos os quesitos.
Tem revelado poucos bons jogadores, tem mal aproveitado os poucos bons jogadores que surgiram na base, tem se mostrado deficiente nas negociações desses mesmos jogadores, tem contratado muito e mal, trocado excessivamente de gerentes de futebol e, sobretudo, de treinadores e, finalmente, decepcionado inteiramente a sua grande e apaixonada torcida com campanhas muito fracas.
De volta a série B a única motivação efetiva a médio prazo é a proposta da nova diretoria de, segundo palavras do presidente Renatinho Follador Junior, processar verdadeira revolução no Alto da Glória. Que assim seja.
O Athletico, que logo abaixo do Coxa, coleciona grande quantidade de títulos estaduais, agregou a eles marcantes conquistas nacionais, continentais e intercontinentais nas últimas duas décadas.
Tudo porque começou a sua revolução mais cedo e conseguiu muitos frutos em todas as áreas.
Cresceu patrimonialmente, desenvolveu-se mercadologicamente, incrementou o potencial associativo dos torcedores, criou um método quase perfeito de preparação e revelação de jogadores no CT do Caju e, afinal, tem frequentado com bastante regularidade as competições continentais, seja na Copa Libertadores da América ou na Copa Sul-Americana.
A única deficiência que consigo observar na atual gestão atleticana é a ausência de um projeto para a exploração comercial da sua Arena da Baixada.
Chega a ser inexplicável que uma linha de shows e espetáculos mensais tenham deixado de acontecer, em tempos normais, claro, pois a pandemia virou tudo de ponta cabeça desde março do ano passado. Mas antes disso, a Arena da Baixada continuava inútil, além dos jogos do time de futebol.
Nem mesmo a exploração de um shopping center, com lojas, restaurantes e tudo o mais que a área comporta foi inaugurado. Sinceramente, até agora não consegui alcançar a ideia geral da moderníssima Arena da Baixada.
Menos mal que dentro de campo o Furacão está com um belo calendário garantido para 2021 que, futebolisticamente, só começará em março.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...