A inesperada qualificação do Athletico para a decisão da Copa Libertadores da América parece ainda não ter sido assimilada dentro do clube.
Pelo menos é o que pude deduzir após as últimas más atuações da equipe e as declarações do técnico Felipão.
Uma das características mais regulares do atual time atleticano é, justamente, a irregularidade. Só isso explica o bom rendimento em diversas partidas e uma completa apatia coletiva em outras.
Por exemplo: depois de arrancar um difícil e recompensador empate com o Flamengo, na fase aguda da Copa do Brasil, no Maracanã, o time retraiu-se em casa.
Logo na Arena da Baixada onde jamais o Furacão jogou na retranca, Felipão armou um esquema altamente defensivo que resultou em má atuação e a conseqüente eliminação no gol de bicicleta do incrível Pedro.
Lição aprendida, o Athletico teve comportamento tático, técnico e psicológico exemplar nos dois confrontos com o poderoso Palmeiras. Conseqüência: a classificação para a final do maior torneio continental.
Depois disso, entretanto, a carpintaria foi perversa nos jogos com os fracos Avaí, Cuiabá e Santos. Dois empates e uma derrota.
Sem um plano de jogo definido, o time dispersivo desperdiça tempo para o aprimoramento e afinamento imprescindíveis para a final em Guayaquil.
Depois das pálidas apresentações veio Felipão formulando comentários anódinos, mais apropriados a um personagem que fala na terceira pessoa quando na realidade ele é o principal responsável e comandante pelo rendimento do time.
Chegou o momento de todos arregaçarem as mangas e voltarem a focar os objetivos principais que são, pela ordem, assegurar a vaga na próxima Libertadores através do Brasileirão e, obviamente, realizar o grande sonho da torcida que é a conquista inédita do título da Libertadores daqui trinta dias.