Athletico desafiado a superar a crise técnica e emocional que abateu o time
Até parece o roteiro de um filme extremamente dramático: ano do centenário, muito dinheiro em caixa, torcida empolgada, treinador internacional contratado, comissão técnica formada com pompa e circunstância e promessa de muito sucesso por parte da diretoria.
A bola rola, afinal o cenário é um campo de futebol e o personagem do filme é o Club Athletico Paranaense: o dinheiro foi investido na contratação de jogadores com qualidade técnica insatisfatória, a torcida começou a protestar contra o presidente do clube e contra os jogadores com atuações decepcionantes, o treinador Osório foi dispensado e o substituto Cuca pediu demissão sobrando para o auxiliar Juca Antonello e o novato recém-contratado Martín Varini, o projeto prometido derreteu com a saída do CEO Alexandre Leitão e os resultados negativos abalaram a confiança de todos.
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Irregularidade na campanha do Brasileirão, desperdiçando a oportunidade de destacar-se na liderança por erros primários dos atacantes na série de gols perdidos e dos zagueiros nos gols sofridos.
Alguns nos acréscimos, como no empate com o Botafogo em falha lamentável do experiente atacante Pablo que, de repente, virou porta voz do clube em crise. Derrotas inexplicáveis para adversários tecnicamente limitados na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana aumentaram a pressão na Ligga Arena.
Agora, está o Athletico desafiado a superar a crise técnica e emocional que abateu o time para tentar salvar o ano do centenário. E as partidas decisivas se sucederão em um momento de grande indefinição: técnico novo no meio da tormenta, desfalques importantes, dúvida conceitual na estratégia de jogo com uma defesa vulnerável, um meio de campo que não marca e se apresenta com pouca criatividade para alimentar um ataque anômalo.
Como o elenco constitui-se, em sua maioria, de jogadores tecnicamente medianos quando o Furacão cruza com adversários mais fracos consegue vencer, mas basta encarar um time mais consistente e as derrotas se tornam inevitáveis.
Atleticanos, apertem os cintos e preparem-se para muitas emoções.
Carneiro & Mafuz #37
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...