Athletico: decifra-me ou te devoro
A trajetória do Athletico nos últimos anos tem chamado a atenção não só dos seus apaixonados torcedores, como também aos de outros times e, sobretudo, da chamada mídia especializada.
Campeão da Copa Sul-Americana em 2018, campeão da Copa do Brasil em 2019 e atual tricampeão paranaense, o Furacão atraiu o interesse da maioria dos analistas do país.
Além, é claro, das grandes revelações que produziu ao ponto de registrar em sua galeria os dois goleiros medalhas de ouro olímpico – Weverton e Santos.
Nesta temporada, a equipe se equilibra em quatro competições paralelas e, até agora, tem se saído bem.
Pelo menos trabalha para manter-se na zona de classificação para a Copa Libertadores da América, na Série A do Brasileirão; pegará o Santos na próxima etapa da Copa do Brasil; aguarda a definição de datas para as semifinais do Campeonato Paranaense. e terá de marcar dois gols na LDU para manter-se vivo na Copa Sul-Americana.
Com um elenco relativamente reduzido em valores técnicos, já que os suplentes não se apresentam a mesma altura dos titulares, o treinador António Oliveira tem operado prodígios na escalação do time.
Dificuldades agravadas pela lesão do avante Matheus Babi e pela saída do lépido artilheiro Vitinho.
Athletico: decifra-me ou te devoro.
Lembrei do ultimato da esfinge de Tebas no antigo mito grego
em que ela questionava os transeuntes na entrada da cidade. Sua sentença
representava o fim da vida da pessoa ou o recomeço dela.
O Furacão tem demonstrado grande capacidade de recuperação, daí a expectativa positiva em relação à virada no placar na partida de volta com a LDU, do Equador.
Desde que o técnico português não invente, pois sem Thiago Heleno ele montou a defesa com três zagueiros, enfraquecendo o meio de campo e permitindo que o adversário ficasse à vontade. Restaram apenas os contra-ataques e a esperança de que Terans ou Nikão acertassem o alvo, pois até Renato Kayzer ficou de fora na escalação, entrando apenas mais tarde.
E veio o castigo no final. com o gol equatoriano, mais ou menos como se os atleticanos não tivessem conseguido decifrar a esfinge de Quito.
Mas a bola não para de rolar e novas oportunidades surgirão, mesmo ao custo de sustos e solavancos para os torcedores grudados na telinha do televisor ou com os foninhos de ouvido acompanhando os lances pelas transmissões radiofônicas.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...