Na Arena da Baixada, Athletico corre atrás da dignidade perdida
Chegar a uma final de campeonato engrandece qualquer equipe. Pode ser campeonato estadual, nacional, continental ou intercontinental. Título de campeão é muito especial.
Mas nenhum clube tem a obrigação de ganhar o título. Todos tem, isto sim, a obrigação de jogar as finais da disputa com dignidade.
Ao perder, bisonhamente, o inédito tetracampeonato paranaense, de virada para o modesto Cascavel, o atual time do Athletico magoou o coração da fervorosa torcida atleticana.
Ainda mais porque os seus mais tradicionais rivais já possuem o almejado laurel: o Paraná foi pentacampeão e o Coritiba hexa.
Rolou a bola no Brasileirão e, em meio aos compromissos com
as Copas do Brasil e Sul-Americana, o departamento de futebol – que se auto
proclama centro de inteligência... - inventou o tal processo de poupar
jogadores titulares. Uma bobagem que não resiste a critérios científicos.
Tanto que você liga a tevê quarta e domingo, ininterruptamente, e aparecem craques como Benzema, Messi, Mbappe, De Bruyne, Neymar, Sterling, Cristiano Ronaldo, Levandowski, Salah e centenas mais jogando os torneios nacionais e continentais sem qualquer preocupação em poupar alguém.
Pois o Furacão quase pagou caro pela brincadeira: safou-se
do rebaixamento na série A apenas na penúltima rodada.
Foi campeão da Sul-Americana, com méritos indiscutíveis, apesar de o torneio ser de padrão técnico inferior à Libertadores, Copa do Brasil e ao próprio Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão.
Mas título é título, tanto que ele vai disputar a Recopa sul-americana com o Palmeiras e ganhou vaga na fase de grupos da Libertadores. Aí chegou a primeira partida final da Copa do Brasil diante do poderoso Atlético Mineiro. O Galo era o favorito, todo mundo sabia.
Só não esperávamos aquele vexame do time de Alberto Valentim que simplesmente se omitiu de jogar com um mínimo de dignidade no Mineirão. Foi massacrado e despachado humilhado de volta para casa.
Agora teremos o segundo jogo, na Arena da Baixada, e o Athletico corre atrás da dignidade perdida. Nem se trata de sonhar com a reversão do resultado, longe disso. Mas, pelo menos, uma vitória simples para diminuir a dor da torcida que espera que todos vistam a camisa rubro-negra com amor.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...