O Athletico está a um passo do seu segundo mais importante título estadual
No futebol brasileiro, segundo lugar é mesma coisa que último. A frase pode ser batida, mas reflete a realidade no sentimento do torcedor. Nua a crua. Que o digam os jogadores que foram vice-campeões do mundo em 1950 ou em 1998.
Menos doloroso para os de 98 que conseguiram a reabilitação, quatro anos depois, com a conquista do pentacampeonato mundial. Mas os de 50 ficaram estigmatizados para sempre.
O torcedor vive de emoção e não tem emoção maior do que ser campeão. Só que alguns títulos marcam mais profundamente do que outros conforme os acontecimentos, os fatos que antecederam a decisão e outros detalhes próprios da rica magia do futebol, um esporte absolutamente desconcertante.
Agora, na final do Campeonato Paranaense, o Athletico está a um passo do seu segundo mais importante título estadual. O primeiro, obviamente, foi o primeiro, em 1925, um ano após o surgimento do novo clube; e o segundo por ser o primeiro no ano em que comemora o seu centenário de fundação. Seria o primeiro título do segundo centenário atleticano.
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Bem, vamos ao jogo. O Maringá, surpreendido com a derrota em casa na primeira partida decisiva, teve a semana inteira para colocar a cabeça em ordem. O treinador Jorge Castilho deve ter puxado uma orelha aqui, outra ali e ajustado a equipe para o grande desafio que terá na Arena da Baixada.
O Maringá é um time entrosado, que conta com bons jogadores, mas que se perdeu no jogo anterior onde usou mais a força física do que os seus reconhecidos dotes técnicos. Isso precisa ser revisto se quiser surpreender o Furacão.
Desde que Cuca assumiu o comando técnico do Athletico o que mais chamou a atenção foi a vontade e a disposição de todos os jogadores em melhorar o rendimento.
Ao contrário da apatia, beirando a preguiça, que caracterizou o time nos tempos de Osorio, agora observamos todos se empenhando para ganhar a confiança do treinador e um lugar no grupo de titulares. Foi-se o tempo do onze titular, isso é que coisa do passado. Agora, com o moderno calendário destinado aos grandes clubes com quatro campeonatos anuais – estadual, continental, Copa do Brasil e Brasileirão -, os treinadores são obrigados a trabalhar com cerca de 25 jogadores praticamente no mesmo nível para dar conta dos compromissos.
Por isso o grande número de investimentos na base, nas contratações de reforços e nas tentativas de descobrir craques acima da média para serem negociados no milionário mercado internacional.
Sim, o Athletico é o favorito para ganhar o título de bicampeão paranaense, mas precisa fazer por onde, praticando um estilo de jogo ao mesmo tempo com boa técnica e muita garra e determinação.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...