Até que ponto a Copa América testa a nossa seleção
A seleção brasileira de futebol masculino é pentacampeã
mundial, portanto a maior vencedora do planeta, mas na Copa do Mundo de 2022
fechará vinte anos sem título.
Nem um mísero vice-campeonato no período, como aconteceu com
a Argentina na Copa de 2014 quando perdeu a final para a Alemanha, no Maracanã.
A sempre badalada e, por que não, admirada seleção
brasileira entrou em processo de desgaste com o fim da geração do penta:
Marcos, Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaucho, Kaká, Kléberson,
Ronaldo Fenômeno e outros deixaram saudade. E um vazio de talento e
criatividade no estilo de jogo da equipe.
Foram testados nesse período de vacas magras, Parreira, Dunga, Mano Menezes, Felipão de novo, Dunga de novo e, agora, Tite. Nada de título mundial. Apenas conquistas continentais. Certamente devemos depositar na conta da falta de verdadeiros craques - como o futebol brasileiro tinha no seu passado glorioso - parte dos fracassos.
+ Confira a tabela da Copa América
Entretanto, os treinadores também não ajudaram muito. Basta recordar, por exemplo, da falta de comando de Parreira
na direção do time na Copa de 2006, na Alemanha, durante a qual, apesar de
contar com alguns jogadores tecnicamente ilustres, a indisciplina prevaleceu e
o Brasil foi eliminado pelos veteranos da França.
No momento vejo que Tite faz um bom trabalho e conseguiu reunir praticamente a elite de jogadores disponíveis para a convocação. Resta saber até que ponto a Copa América testa a nossa
seleção.
O padrão técnico do torneio tem sido baixo há muito tempo. E não parece diferente desta feita. Até mesmo a Argentina, com Messi, não consegue mostrar grande coisa. No nosso grupo estão Venezuela, Peru, Colômbia e Equador.
Convenhamos que é fácil demais garantir o passaporte para a Copa no Catar.
A seleção brasileira ganha por ganhar; ganha porque têm que ganhar; ganha porque é impossível perder nessa Copa América. Mas quando chegar o Mundial do próximo ano provavelmente não
teremos certeza do verdadeiro potencial da equipe verde-amarela.
Ela teria que ser melhor avaliada, mais testada por adversários de maior envergadura técnica, para corrigir eventuais deficiências e voltar a alimentar o sonho de ganhar o título historicamente mais importante do cenário futebolístico.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...