Até quando os clubes continuarão sendo prejudicados pelas torcidas organizadas?
É conhecido o ranço de que existem leis que pegam e leis que não pegam no Brasil.
Há mais de dez anos foi criado o Estatuto do Torcedor, que jamais saiu do papel, e a corrente de negligência das autoridades persiste com a polícia demonstrando dificuldade para garantir a segurança fora dos estádios de futebol.
Isso ajudou a manter impunes deliquentes que se fantasiam com camisas das chamadas torcidas organizadas barbarizando nas praças esportivas, nos entornos das arenas, nas estações de transporte público, bares etc. Volta e meia matam alguém, ou batem em algum grupo, e fica tudo do mesmo jeito.
Raramente algum dos tais torcedores profissionais, que só atrapalham a maioria absoluta dos amadores apaixonados que pagam caro para entrar nas modernas arenas, como sócios ou não, como a lei vigente prevê, se apresentam em delegacias de polícia nos dias da partida do seu time e até com sua prisão em flagrante.
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As cenas são chocantes, sobretudo em dias de clássicos, e a pergunta é simples: Até quando os clubes continuarão sendo prejudicados pelas torcidas organizadas ?
Na sua última partida, por exemplo, o Athletico foi impedido de abrir os portões da Ligga Arena para os seus associados e torcedores por ter sofrido uma punição do Tribunal de Justiça Desportiva. Tudo porque em outro jogo tudo correu tranquilamente dentro da arena, mas um grupo dos tais torcedores profissionais das organizadas quebrou o pau na praça em frente.
Lamentavelmente a tentativa das autoridades verdadeiramente interessadas em reduzir a violência no futebol, para por fim à impunidade nos estádios e nas ruas, parece acaciana.
Já passou da hora de dar um basta a esta situação em que a polícia não prende porque se recusa a “enxugar gelo”, os promotores não denunciam por falta de provas e a Justiça não pune porque ninguém é processado.
A única solução é a extinção das anacrônicas e desnecessárias torcidas organizadas.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...